São Sebastião e Boliqueime unidas contra o centro de triagem de resíduos

  • Print Icon

Os executivos das Juntas de Freguesia de de São Sebastião e Boliqueime estão contra a instalação de um centro de triagem de resíduos no concelho de Loulé.

Num comunicado conjunto, assinado por Analídio Correia da Ponte, presidente da Junta de Freguesia de São Sebastião, e por Nelson Joaquim Brazão, presidente, da Junta de Freguesia de Boliqueime, as duas autarquias fazem saber que «têm sido questionados sobre um pedido que deu entrada na Câmara Municipal de Loulé a requerer a remodelação dos armazéns sitos nas antigas instalações da empresa MJP — Manuel Joaquim Pinto».

«Como a empresa promotora tem como atividade principal a gestão de resíduos, julga-se que o objetivo deste processo de licenciamento, junto da Câmara Municipal de Loulé, tem por pretensão a instalação de uma central de tratamento/transferência de resíduos. Tal projeto tem levado os moradores da zona envolvente e não só, a temerem pelo seu bem-estar, saúde e qualidade de vida, caso seja aprovado», dizem os autarcas.

A localização da possível instalação desta empresa situa-se na freguesia de São Sebastião, numa zona limitrofe com a freguesia de Boliqueime, o que leva a que sobretudo os habitantes das zonas vizinhas dos Matos da Picota, Parragil, Alfontes e do Gilvrazino, onde existe uma Escola EB1+JI, entre outros locais, «estejam apreensivos e muito preocupados perante tal hipótese».

«Sugerimos que a Câmara Municipal de Loulé deverá propor às entidades licenciadoras deste tipo de atividade do requerente, que não inclua autorização para o manuseamento de resíduos/lixos de qualquer natureza. Não podemos esquecer o perigo sempre iminente de contaminação dos aquíferos e da qualidade do ar. Além disso, trata-se de uma zona a preservar por se encontrar dentro das fronteiras do futuro Geoparque Algarvensis».

Em suma, «a Câmara Municipal de Loulé deverá ter um papel proativo e continuar o diálogo com estas entidades, informando das supostas pretensões do requerente para aquele local, de modo a limitar ao máximo o que possa ali ser feito. Perante o acima exposto, tal adicionaria um impacto ambiental já de si bastante elevado naquela zona, pois não podemos esquecer que as populações aí residentes têm sofrido bastante com a existência das pedreiras, fábricas de cimento e de betão e o correspondente enorme fluxo de camiões que, para além de diminuir a qualidade do ar, tem contribuído para uma degradação sistemática das suas habitações».

Assim, «instamos e colocamo-nos ao lado do executivo camarário no sentido de impedir, através de todas as formas legais, que o possível centro de tratamento/transferência de resíduos venha a ser localizado naquela área, a bem do ambiente e da qualidade de vida dos nossos concidadãos. Diante do acima exposto, vimos, na defesa dos moradores e dos seus legítimos interesses, manifestar o nosso TOTAL DESACORDO pela utilização daquele espaço para a gestão de resíduos, incluindo uma possível unidade de triagem de RSU – Resíduos Sólidos Urbanos».