População queixa-se da Central de Valorização Orgânica da ALGAR na Mesquita

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A população queixa-se de cheiros «nauseabundos» e «ruído» na Central de Valorização Orgânica da ALGAR, na Mesquita.

A Central de Valorização Orgânica da ALGAR em São Brás de Alportel voltou, pelos piores motivos, a ser tema de conversa.

Uma vez mais, têm surgido denúncias, por parte de moradores, de que se deparam com cheiros nauseabundos, que se fazem sentir um pouco por toda a zona da Mesquita, Peral, Barracha e arredores.

Em função das denúncias tornadas públicas, a situação confirmada foi também motivo de intervenção por parte do eleito da Coligação Democrática Unitária (CDU) na sessão da Assembleia Municipal de dia 28 de setembro.

Mário Cunha deu conta do facto de a ALGAR ter, de acordo com informação feita chegar àquela força política, «mantido durante tempo demais um ensurdecedor silêncio sobre as reclamações recebidas, não dando resposta aos moradores da zona».

Assim, defendeu a CDU, «não será demais exigir ao executivo que sejam empreendidos todos os esforços necessários para que a qualidade de vida que se quer que caracterize o concelho, não seja um lema vão, mas uma realidade».

A população queixa-se de cheiros «nauseabundos» e «ruído» na Central de Valorização Orgânica da ALGAR, na Mesquita.

«Estes esforços não podem ficar dependentes de uma qualquer deferência à administração da ALGAR, mas apenas sujeitos à obrigação que todos temos para com o concelho e a sua população. E essa obrigação exige medidas firmes para que não tenhamos de estar a promover reuniões para tratar de reclamações de forma cíclica. O que exige é que as autoridades de saúde pública possam intervir diretamente junto da empresa. E é preciso também não ignorar a responsabilidade do governo», disse Mário Cunha.

O problema não é novo e já tinha acontecido em 2017, segundo Nelson Pires, que tem vindo a denunciar a situação.

Além dos maus cheiros provocados pela acumulação de «lixo» decomposto para a produção de biogás, e que no final do processo resulta em matéria pestilenta destinada a aterro, há ainda os cheiros provenientes de produtos «fortes e agressivos» usados na limpeza da infraestrutura, que «são meticulosa e estrategicamente levadas a cabo pela calada» da noite e ao fim de semana.

Por vezes «quase sufocam e não permitem que ninguém possa estar no exterior ou ter portas e janelas abertas. Há ainda excesso de ruído, provocado pelas máquinas e equipamentos (que ocorre 24 sobre 24 horas). As pessoas estão desesperadas e têm direito legal e toda a legitimidade em querer poder respirar ar puro e voltar a ter qualidade de vida», esclareceu ao barlavento