A Olhãopesca posiciona-se contra ao ato de classificação do Parque Natural Marinho do Recife do Algarve – Pedra do Valado.
A Olhãopesca argumenta que a sua área geográfica de reconhecimento ou zona de atividade, compreende os portos de Quarteira, Faro, Olhão, Fuzeta, Tavira e Vila Real de Santo António.
Atualmente, a cooperativa regista 179 embarcações de pesca aderentes, sendo que, destas, cerca de 35 unidades fazem porto permanentemente no porto de pesca de Quarteira e trabalham com regularidade na área de pesca da Pedra do Valado.
A organização, com sede em Olhão reconhece, contudo que a Pedra do Valado é «um importante pesqueiro, de carácter ancestral, utilizado por enumeras embarcações de pesca costeiras e locais do Algarve há gerações. As medidas regulamentares de pesca em vigor, emanadas pelo Estado português e pela política comum de pescas da União Europeia, bem como, a monitorização do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IMPA), têm conseguido manter o equilíbrio necessário de forma a conservar a riqueza natural daquela área de pesca e a sustentabilidade das atividades pesqueiras ali exercidas há centenas de anos».
No que se refere às embarcações aderentes à Olhãopesca que trabalham naquela área, trata-se de um universo de 35 unidades de pesca, (sete da pesca com redes de cerco/traineiras e 28 da pesca com armadilhas) que geram um volume de negócios anual de 3,9 milhões de euros e empregam cerca de 168 marítimos pescadores. Fornecem à região, «uma grande diversidade de espécies piscícolas, com elevado grau de frescura, valor nutricional, com reconhecimento e procura internacionais».
Por isso, diz a Olhãopesca, «a classificação da área da Pedra do Valado, como parque natural marinho e a consequente restrição da pesca provocará graves problemas de carácter socioeconómico no sector da pesca comercial da região, bem como, em toda a cadeia de valor relacionada»
Assim, a Olhãopesca «posiciona-se contra ao ato de classificação do Parque Natural Marinho do Recife do Algarve – Pedra do Valado» e justifica.
«Além de ser uma área de grandes dimensões, consideramos que, a proposta, levanta questões de ordem constitucional, devido ao facto de fazer descriminação entre pesca local e a pesca costeira em favorecimento da primeira. Salienta-se ainda, a ausência de um parecer por parte do laboratório nacional de referência, no caso concreto, pelo IPMA, no sentido de aferir o efetivo estado dos recursos marinhos da região e da área envolvente, um estudo de impacto socioeconómico abrangente, bem como, da disponibilização de medidas compensatórias efetivas às comunidades piscatórias envolvidas».
A Olhãopesca – Organização de Produtores de Pesca do Algarve, CRL, é uma cooperativa de responsabilidade limitada inserida no sector pesca profissional, constituída em 1998 e reconhecida em 2000 para as seguintes espécies: Sardinha, Cavala, Carapau, Biqueirão, Pescada, Polvo, Tamboril, Verdinho, Bivalves e Crustáceos.
Também a Quarpescas já se manifestou contra e marcou uma manifestação para sábado, dia 19 de agosto.