Nova Central Fotovoltaica de Paderne custará €18 milhões

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Nova Central Fotovoltaica de Paderne foi hoje apresentada no terreno por Filinto Martins, diretor-geral do fundo NextPower III, gerido pela britânica NextEnergy Capital, que investe 18 milhões na infraestrutura no concelho de Albufeira.

Uma «tecnologia simples, respeito pela biodiversidade e matriz de investimento assente em iniciativa privada». São estas as traves mestras da nova Central Fotovoltaica de Paderne, apresentada na manhã desta sexta-feira, 23 de outubro.

A primeira pedra foi lançada no terreno onde será construída a infraestrutura, na zona do Escarpão, em Paderne, concelho de Albufeira.

Segundo Filinto Martins, diretor-geral do fundo NextPower III, trata-se de um investimento que ronda os 18 milhões de euros alavancado pela NextEnergy Capital, empresa inglesa de gestão de investimentos e ativos no sector das energias, sendo esta a primeira operação em Portugal, «um país com elevado potencial de crescimento na produção de energia solar».

A construção arranca ainda este ano e contempla um parque de 39564 painéis solares, com uma potência instalada de 17,4 megawatts-pico (MWp), que ocuparão 28 hectares de área, estando o início da operação previsto para 2021, «a não ser que algum contratempo de saúde pública nos obrigue a parar a obra ou cause constrangimento no fornecimento de materiais», advertiu Filinto Martins.

A capacidade de produção anual de 29,6 gigawatts-hora (GWh) de energia elétrica permitirá abastecer «mais de oito mil habitações e evitar a emissão de 9620 toneladas de dióxido de carbono por ano».

Filinto Martins admite que o negócio tem sempre alguns fatores de risco associados, como «a imprevisibilidade da venda de eletricidade nos primeiros anos», sendo, no entanto, atenuados por se tratar «de uma operação a largo prazo» no que toca à amortização do investimento. Em relação ao retorno, «além do normal, para remunerar os investidores, teremos um grande ganho ambiental, com a produção de energia mais verde», rematou.

Por sua vez, José Carlos Rolo, presidente da Câmara Municipal, afirmou que a nova central, além de «valorizar um território antes pouco falado e até esquecido», serve como «promoção da marca Albufeira em Inglaterra. Vamos ter uma placa simbólica desta obra nos escritórios da NextEnergy Capital, em Londres».

Rolo, que se manifestou entusiasta deste tipo de energias e um seguidor atento da situação energética mundial, admitiu que o processo de licenciamento teve «algumas quedas e obstáculos», sem detalhar quais, mas «com o tempo evoluímos e ultrapassámos essas questões».

O presidente do município revelou ainda que a empresa britânica «vai também ser responsável pela instalação de uma Central Fotovoltaica para alimentar o quartel dos Bombeiros» Voluntários de Albufeira.

Em jeito de conclusão, Filinto Martins sublinhou que a nova Central Fotovoltaica de Paderne permitirá à NextEnergy Capital pensar em futuros investimentos na Península Ibérica, «que pelas condições de irradiação solar é um mercado-chave para o qual temos um plano de crescimento definido».

Por outro lado, «trata-se de um projeto que contribui para o desenvolvimento económico e sustentável da região do Algarve».

A NextEnergy Capital gere dois fundos privados, NextPower III e NextPower II, e um fundo de investimento cotado, o NextEnergy Solar Fund Limited.

A estratégia de investimento baseia-se na aquisição de projetos de energia solar operacionais ou prontos para construção, em mercados de elevado crescimento como os Estados Unidos, a Índia, a América Latina e a Europa.

Com este projeto, e dado os ativos solares operacionais e em construção, o portefólio do fundo de investimento NextPower III aumenta a sua diversificação e alcança os 335 MWp de capacidade instalada.

O projeto foi adquirido às empresas Azimuth Molecule e Cardinal Flexível e beneficia de um contrato de compra de energia pelo prazo de dez anos.