Escuteiros belgas fizeram trabalho voluntário na Praia de Faro. Participaram em campanhas de sensibilização e limpeza da Ria Formosa.
Apesar de todos os constrangimentos à circulação de pessoas, resultantes das medidas de restrição impostas pelos governos sob pretexto da crise sanitária causada pela COVID-19, a Associação para o Estudo e Conservação dos Oceanos (AECO) voltou a receber este ano escoteiros provindos de várias regiões da Bélgica para participar nas suas «tradicionais» campanhas de sensibilização e limpeza da Ria Formosa.
Este ano as equipas concentraram esforços na praia de Faro e conseguiram cobrir cerca de 5 quilómetros fora da zona urbanizada, removendo com sucesso plásticos e outros materiais não biodegradáveis, como máscaras de proteção individual e embalagens de uso único de metal.
«A conservação da natureza não pode esperar», salienta Ricardo Barradas membro da AECO, enquanto empilha os últimos sacos de lixo recolhidos na zona da barrinha em Faro.
Após um ano de paragem, «foi fundamental o apoio da Câmara Municipal de Faro e da Algar para voltarmos ao terreno. Percebermos que há cada vez mais por fazer, parece que em vez de reduzir estamos a produzir cada vez mais lixo».
A par da recolha de lixo, estes jovens tiveram ainda a generosidade de colaborar em atividades de requalificação de equipamentos públicos ao serviço da população veraneante, pintando gradeamentos e portões com ferrugem ou retirando ervas daninhas da zona do campo de futebol.
Os voluntários afirmam-se satisfeitos por ter oportunidade de intervir num território tão especial e agradecem, ao município de Faro, à Algar e em especial à Associação Red Seagull, cuja formação sobre salvamentos aquáticos, acabou por se tornar num dos momento de lazer mais inesquecíveis.
«Este ano foi-nos sugerido que não viajássemos, mas realmente já tínhamos ouvido falar sobre este projeto de voluntariado através de outros escoteiros e não quisemos perder a oportunidade de conhecer o parque natural. Adorámos a Ria Formosa, aprendemos bastante sobre a importância de proteger os ecossistemas, de manter estes trabalhos de limpeza, mas sobretudo sobre a necessidade de mudarmos os nossos comportamentos individuais. Sinto-me orgulhosa pelo nosso contributo neste ano tão complicado», acrescenta Claire de Grève.