Centro Ciência Viva de Lagos (CCVL) viu aprovado financiamento para o projeto «Ver para Querer» (VpQ), de promoção da literacia dos oceanos.
O Projeto VpQ, a ser executado nos próximos dois anos, desenvolverá um conjunto de ferramentas audiovisuais construídas com os alunos, com a comunidade local e com cientistas, no sentido de promover o conhecimento e valorizar o mar que temos todos os dias perto de nós.
É um projeto inclusivo, de envolvimento de todos, tendo também previsto um concurso de fotografia de sensibilização para a problemática do lixo marinho.
Para fomentar os passeios à beira-mar de forma sustentável, o projeto VpQ produzirá uma ferramenta interativa com um percurso à beira-mar entre a Praia da Batata e a Praia da Dona Ana, sublinhando a necessidade da preservação do ambiente e da biodiversidade. Envolve ainda campanhas de promoção de desportos náuticos, formações e workshops.
Mas o «Ver para Querer» irá mais longe, «apelando também à memória e evocando a história de um passado geológico que está gravado nas rochas, bem como o património natural dos nossos dias. Tem sido uma das nossas apostas, a promoção e valorização do Património Natural de Lagos e do Barlavento algarvio, o do presente e o do passado mais distante e, nesse sentido, este projeto é uma sequência lógica do que temos feito», explica Luís Azevedo Rodrigues, diretor executivo do Centro Ciência Viva de Lagos.
Ainda nesta dimensão, será «feito o apelo à memória dos mais velhos e sábios, que nos podem contar como era o mar e a vida em torno dele, num tempo em que eles andavam na escola, fazendo desta forma uma ponte entre gerações», acrescenta.
O Projeto «Ver para Querer» envolverá diretamente a comunidade escolar de Lagos, tendo como parceiros a Escola Básica do Bairro Operário e a Escola Básica de Santa Maria, do Agrupamento de Escolas Júlio Dantas, e o Centro de Formação Desportiva (CFD) de Surf do Desporto Escolar, do Agrupamento de Escolas Gil Eanes.
Para Miguel Figueiredo, do Centro de Formação Desportiva de Surf, a iniciativa «permitirá operacionalizar e enriquecer o plano de atividades do CFD, proporcionando aos nossos alunos vivências e aprendizagens no âmbito da literacia dos Oceanos, em harmonia com a nossa prática desportiva de eleição, o surf».
O projeto «Ver para Querer» é financiado através do Programa Crescimento Azul, com uma dotação de 25 mil euros dos EEA Grants, mecanismo através do qual a Islândia, o Liechtenstein e a Noruega apoiam financeiramente os Estados membros da União Europeia com maiores desvios da média europeia do Produto Interno Bruto per capita, como é o caso de Portugal.
Este projeto permitirá que o Centro Ciência Viva de Lagos e os seus parceiros trabalhem para uma Europa mais sustentável, competitiva e inclusiva.
Sobre o Centro Ciência Viva de Lagos
A divulgação científica e tecnológica junto do grande público é a principal missão do Centro Ciência Viva de Lagos, tal como a formação de animadores e professores, o apoio às escolas, a colaboração entre instituições científicas, empresas, autarquias e instituições educativas.
Além das várias atividades inerentes ao seu espaço expositivo (exposição permanente, exposições temporárias, oficinas escolares, saídas de campo e palestras), o CCVL tem vindo a assumir um papel relevante noutras áreas da Ciência, nomeadamente através da colaboração e implementação de projetos de comunicação e promoção da cultura científica ou como parceiro em projetos de investigação científica desempenhando o papel de comunicador de ciência.
Sobre a EEA Grants
Através do Acordo sobre o Espaço Económico Europeu (EEE), a Islândia, o Liechtenstein e a Noruega são parceiros no mercado interno com os Estados-Membros da União Europeia.
Como forma de promover um contínuo e equilibrado reforço das relações económicas e comerciais, as partes do Acordo do EEE estabeleceram um Mecanismo Financeiro plurianual, conhecido como EEA Grants.
Os EEA Grants têm como objetivos reduzir as disparidades sociais e económicas na Europa e reforçar as relações bilaterais entre estes três países e os países beneficiários.
Para o período 2014-2021, foi acordada uma contribuição total de 2,8 mil milhões de euros para 15 países beneficiários. Portugal beneficiará de uma verba de 102,7 milhões de euros.