Greve: só circularam 31 dos 67 comboios previstos hoje até às 06h00

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Apenas 31 ligações ferroviárias foram realizadas entre as 00h00 e as 06h00 de hoje, 29 no âmbito dos serviços mínimos decretados, devido à greve dos trabalhadores das bilheteiras e revisores da CP, segundo fonte da empresa.

Os trabalhadores das bilheteiras e revisores da CP cumprem hoje o segundo de três dias de greve, em protesto contra a proposta de regulamento de carreiras e reclamando aumentos salariais e o cumprimento do acordo de empresa.

De acordo com o balanço feito pela CP à Lusa às 08h30, ficaram parados 36 dos 67 comboios programados.

Entre as 00h00 e as 06h00 de hoje foram efetuados 31 comboios, 29 dos serviços mínimos (todos realizados) e mais dois adicionais.

A Lusa contactou o Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI), que remeteu um balanço da greve para mais tarde.

Os trabalhadores da CP iniciaram no domingo uma greve nacional de três dias em protesto contra a proposta de regulamento de carreiras apresentada pela CP, que dizem prever «um aumento da polivalência de funções» e a «junção e extinção de categorias profissionais», considerando que tal «vai pôr em causa postos de trabalho presentes e futuros».

Reclamam igualmente a «melhoria do salário base, que atualmente está no limiar do salário mínimo nacional», e a «reposição das perdas salariais sofridas pelos ferroviários operacionais que foram contagiados pela pandemia provocada pela covid-19, bem como pelos que tiveram de cumprir confinamento profilático por estarem em contacto com colegas infetados».

A CP alertou que durante os três dias de greve convocada pelo SFRI «podem ocorrer fortes perturbações na circulação de comboios a nível nacional».

O SFRCI acusa a CP de «violação do acordo de empresa em vigor» e exige a “aplicação do acordo assinado com o Ministério das Infraestruturas em 2018, relativo à certificação do agente de acompanhamento».

A «manutenção dos níveis segurança ferroviária» é outra das reivindicações feitas, com o sindicato a considerar que estes «estão a ser colocados em causa pela CP e pelas alterações impostas pelo IMT [Instituto da Mobilidade e dos Transportes] aos regulamentos gerais de segurança, cujo objetivo é servir as empresas privadas que reduzem postos de trabalho e custos com segurança ferroviária».

Finalmente, a greve visa condenar o «abuso do poder disciplinar» que os trabalhadores dizem vigorar na CP.

De acordo com o dirigente do SFRCI António Lemos, são abrangidos pelo pré-aviso de greve «800 a 1.000 trabalhadores» das carreiras comercial e de transportes da CP.

A CP informou que quem já tiver bilhetes para viajar em comboios dos serviços Alfa Pendular, Intercidades, Internacional, InterRegional e Regional, poderá solicitar o reembolso do valor total do bilhete adquirido ou a sua revalidação, sem custos.

Balanço positivo

«Hoje de facto verificamos que há uma adesão maciça a este pré-aviso de greve. Estamos a cumprir os serviços mínimos. Há um ou outro comboio a mais a circular de forma residual. De um modo geral as bilheteiras estão na sua maioria encerradas ou a trabalhar com um número reduzido de trabalhadores», disse à Lusa Luís Bravo, do Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI), que convocou a paralisação.

De acordo com Luís Bravo, esta «adesão maciça» demonstra o «grande descontentamento» dos trabalhadores.

«Não se aceita que um conselho de administração aprove um orçamento em que tenha apenas previsão de aumento salarial para os trabalhadores que estão a transitar da EMEF para a CP e exclua todos os outros. Transmite uma mensagem de que para este conselho de administração só os trabalhadores das oficinas importam e todos os outros não importam para nada», disse.

No entendimento do sindicato, «a situação é revoltante», salientando que nos últimos 10 anos os trabalhadores receberam apenas aumentos residuais.

Os trabalhadores da CP iniciaram no domingo uma greve nacional de três dias em protesto contra a proposta de regulamento de carreiras apresentada pela CP, que dizem prever «um aumento da polivalência de funções» e a «junção e extinção de categorias profissionais», considerando que tal «vai pôr em causa postos de trabalho presentes e futuros».

Reclamam igualmente «reposição das perdas salariais sofridas pelos ferroviários operacionais que foram contagiados pela pandemia provocada pela COVID-19, bem como pelos que tiveram de cumprir confinamento profilático por estarem em contacto com colegas infetados».

A CP alertou que durante os três dias de greve convocada pelo SFRI «podem ocorrer fortes perturbações na circulação de comboios a nível nacional».

«Há um acordo assinado até com todos os sindicatos da empresa para a certificação dos trabalhadores que podem fazer o acompanhamento de comboios, como os revisores, trabalhadores das bilheteiras, chefias diretas, e o IMT [Instituto da Mobilidade e dos Transportes] teima em não certificar estes homens e ao mesmo tempo certifica com o mesmo tipo de formação e entidade formadora os trabalhadores das empresas privadas. Isto não se entende», contou Luís Bravo.

A «manutenção dos níveis segurança ferroviária» é outra das reivindicações feitas, com o sindicato a considerar que estes «estão a ser colocados em causa pela CP e pelas alterações impostas pelo IMT aos regulamentos gerais de segurança, cujo objetivo é servir as empresas privadas que reduzem postos de trabalho e custos com segurança ferroviária».