Os enfermeiros do serviço de Medicina do Hospital de Lagos reuniram na quinta-feira, dia 23 de maio, com a presidente Joaquina Matos e o secretário José Amarelinho da Associação de Municípios Terras do Infante.
A carência de profissionais dos vários grupos, nomeadamente de enfermeiros foi o principal foco de um abaixo-assinado subscrito pela equipa de enfermagem, enviado a 4 de abril à administração do Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA) e à Ministra da Saúde Marta Temido.
«A diminuição ao longo dos anos do número de profissionais por turno, as admissões e substituição das ausências prolongadas insuficientes e o impacto na prestação de cuidados e na acessibilidade dos cidadãos» foram o tema desta reunião, segundo informa o SEP.
A equipa de enfermagem de Medicina «deveria ser constituída por 47 enfermeiros, de acordo com a fórmula de cálculo para dotações seguras, mas conta apenas com 33. Porque 12 enfermeiros estão ausentes por baixas ou licenças parentais, o trabalho que deveria ser feito pelos 47 está a ser assegurado por 21 destes profissionais de saúde. Como tal, por consequência, são já 500 dias de descanso em dívida à equipa».
Perante este cenário, os enfermeiros apelaram à intervenção daquela associação que representa os três municípios cujo Hospital de Lagos é referência e deixaram um convite aos autarcas para visitarem o serviço.
Ainda de acordo com o SEP, Joaquina Matos «demonstrou preocupação perante as dificuldades descritas pelos três enfermeiros lacobrigenses e assumiu o compromisso, aferido com os outros dois presidentes de Câmara, de pedir reuniões ao CHUA, à Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve, e ainda, desafiar o Secretário de Estado Adjunto e da Saúde Francisco Ramos para se deslocar à região. A presidente prometeu também levar o documento entregue pelos enfermeiros às reuniões de Câmara e Assembleias Municipais dos municípios de Aljezur, Lagos e Vila do Bispo».
O SEP exige que os Ministérios da Saúde e das Finanças autorizem a admissão urgente de profissionais de enfermagem de acordo com as necessidades reais. «Chega de medidas paliativas. A Ministra da Saúde assumiu como prioritário a admissão de enfermeiros para diminuir o recurso ao trabalho extraordinário.
O SEP exige as contratações necessárias para que os enfermeiros possam ter direito aos dias de descanso que lhes estão a ser sonegados. É hora dos direitos dos profissionais e dos cidadãos serem uma prioridade para o governo», conclui o SEP em comunicado de imprensa.