Amanhã há greve no Hotel Portobay Falésia com concentração à porta por melhores salários e condições de vida dignas.
Os trabalhadores do Hotel Portobay Falésia, em Albufeira, decidiram fazer greve a todos os feriados até ao final do ano e no dia de Ano Novo para exigir à administração abertura para o diálogo e a negociação.
O primeiro dia de greve será amanhã, dia 05 de outubro, que contará com uma concentração à porta do hotel para dar visibilidade pública ao protesto, segundo informa hoje o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Algarve.
Os sindicalistas apelam «ao fortalecimento da sua unidade e intensificação da sua luta que resultou num aumento geral dos salários em 2021, que já não acontecia há cerca de 14 anos, e a passagem de 30 trabalhadores com vínculos precários, contratados através de empresas de trabalho temporário, para o quadro de efetivos do hotel. Em 2022 quatro trabalhadoras que tinham sido ilegalmente despedidas foram reintegradas no seu posto de trabalho no seguimento de uma ação judicial».
Desde 2021 que a administração recusa os vários pedidos de reunião feitos pelo sindicato para abordar os problemas que afetam os trabalhadores e negociar as propostas apresentadas com o objetivo de recuperar o poder de compra perdido nos últimos anos e melhorar as condições de trabalho e de vida, tendo o último pedido sido acompanhado de um abaixo-assinado subscrito por 80 trabalhadores. As principais razões que levam os trabalhadores a avançar para a greve são:
- Aumento salarial de 10 por cento, com um mínimo de 100 euros, com efeitos a 01 de janeiro do presente ano, para recuperar parte do poder de compra perdido nos últimos anos em que não houve aumentos e fazer face ao brutal aumento do custo de vida que se está a verificar;
- Exigência da recuperação do pagamento do trabalho prestado em dias feriado com o acréscimo de 200 por cento, tal como está consagrado no Contrato Coletivo de Trabalho subscrito por este sindicato, que a administração decidiu cortar para metade;
a redução do horário de trabalho para as 35 horas semanais para permitir uma melhor conciliação da atividade profissional com a vida pessoal e familiar; - Passagem ao quadro de efetivos de todos os trabalhadores com vínculos precários que respondem a necessidades permanentes do hotel.
«O patronato queixa-se da falta de trabalhadores mas continua a recusar o aumento significativo dos salários e a melhoria das condições de trabalho e dos direitos. Na verdade, o que o patronato quer é continuar a aumentar os seus lucros à custa do aumento da exploração e da degradação das condições de trabalho e de vida dos trabalhadores. Para provar isso está o facto dos patrões em vez de aceitarem uma melhor distribuição da riqueza que é criada pelos trabalhadores opta por, com a ajuda do governo, ir buscar trabalhadores a outros países onde a mão de obra é mais barata, ficando estes sujeitos a níveis de exploração ainda maiores que, assim que conseguem, acabam por ir embora à procura de uma vida melhor», lê-se na nota enviada por aquela força sindical às redações.
O sindicato «reafirma a sua total solidariedade para com a luta dos trabalhadores e o seu empenho no reforço da unidade e da luta reivindicativa pela melhoria das condições de vida e de trabalho dos trabalhadores deste sector que continua a gerar receitas e lucros recorde mas que paga os piores salários, retira direitos e impõe condições de trabalho cada vez mais penosas».