Sindicato acusa Águas do Algarve de pagar baixos salários

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A direção do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Sul (SITE-SUL) acusa a empresa de congelar salários.

O SITE-SUL diz que tem vindo a alertar a administração da Águas do Algarve sobre «os salários baixos praticados na empresa e da necessidade de melhorar os vencimentos dos trabalhadores, em virtude da empresa apresentar permanentemente resultados positivos e lucros de milhões de euros, não se compreende que a empresa não atualize os salários dos seus trabalhadores e continue a praticar congelamento salarial».

Em nota enviada hoje, sexta-feira, dia 23 de julho, às redações, aquela força sindical que que ao longo do anos, «tem fundamentado a sua posição com os baixos valores pagos de vencimento base, como seja o caso da enorme responsabilidade dos Técnicos Operativos das Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) que gerem e supervisionam o tratamento das águas residuais e alguns recebem um vencimento de 677 euros ou os Técnicos Operativos das Estação de Tratamento de Água Potável (ETA) que gerem, supervisionam e distribuem por todo o Algarve milhões de litros de água diariamente e alguns recebem um vencimento de 781 euros mensais. Muitos outros nos diversos departamentos estão na mesma situação de salários baixos, criando um ambiente de desmotivação entre os trabalhadores».

Diz ainda o SITE-SUL que a Águas do Algarve é no grupo Aguas de Portugal (AdP) «a empresa com os trabalhadores mais qualificados, algo que não é tido em conta na melhoria salarial e na sua motivação, surgindo cada vez situações mais injustas para os trabalhadores, levando inclusivamente à saída de bons profissionais da empresa que procuram onde possam ter salários melhores».

O sindicato diz ainda que «sempre tem pugnado junto da empresa por melhores salários e apela que a administração da AdA corrija rapidamente a situação, sob pena de perder a qualidade de recursos humanos que tem e a qualidade do serviço prestado que existia há uma década. Muitos dos trabalhadores, desde 2009, apenas terem sido aumentados em 20 euros e não terem tido o reconhecimento merecido pela empresa ao longo destes anos».

Contactada pelo barlavento, Teresa Fernandes, porta-voz da Águas do Algarve, em resposta à nota remetida pelo Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do Sul, explica que «a política de remunerações da empresa cumpre na íntegra e com rigor o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) que o grupo Águas de Portugal celebrou com vários parceiros representantes dos trabalhadores».

Além disso, «as forças sindicais têm conhecimento de que a Águas do Algarve não tem autonomia para aprovação de uma política de remuneração específica; Da mesma forma as forças sindicais têm conhecimento de que a Águas de Portugal tem vindo a negociar com os representantes dos trabalhadores uma revisão do Acordo Colectivo de Trabalho(ACT) para os funcionários de todas as empresas do Grupo Águas de Portugal, pelo que todos os representantes dos trabalhadores envolvidos nas negociações sabem que a revisão do quadro remuneratório é um dos assuntos em discussão».

Teresa Fernandes remata que o sindicato SITE-SUL «é conhecedor de todas estas informações, sendo que em reunião efetuada com a comissão executiva da Águas do Algarve no início deste mês de julho, todas estas informações foram comunicadas e debatidas com três dos seus representantes».