PSD: «inércia do PS ameaça futuro do Campus Universitário de Portimão»

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Os vereadores de Portimão do PSD voltam a reforçar os argumentos para estarem contra o executivo socialista na venda do Barranco do Rodrigo.

O alerta foi lançado pelos vereadores Rui André e Ana Fazenda, eleitos pelo Partido Social Democrata (PSD), durante a última reunião de Câmara, ocorrida na passada quarta-feira, dia 16 de agosto, na qual expressaram preocupações significativas em relação à decisão de vender o terreno municipal localizado no Barranco do Rodrigo, em Portimão.

Para Rui André, a «gestão ineficaz» do processo por parte do executivo liderado por Isilda Gomes pode comprometer as próprias ambições do município para esse local.

«Este projeto, que tem aproximadamente 15 anos, ficou adormecido durante todo esse tempo e só agora, devido à iminente caducidade do plano que termina no final de dezembro de 2023, a Câmara Municipal de Portimão, está a tentar salvaguardar o plano para o terreno que está a ser oferecido a preços reduzidos», lê-se em nota de imprensa enviada à redação do barlavento na tarde do dia de hoje.

«É curioso observar que a autarquia está a avançar com um plano com o qual não concorda, pois assume não concretizar a maioria do que ali está definido e do querer avançar com outras intenções, ainda que não contempladas neste plano», de acordo com os sociais-democratas.

Rui André considera mesmo «inaceitável» a abordagem «descuidada» com a qual a Câmara pretende vender, em hasta pública, o que é considerado a última pérola do concelho em termos de potencial de transformação e criação de uma nova centralidade para Portimão.

«A falta de visão estratégica para a cidade é evidente na forma precipitada com que o executivo está a abandonar promessas eleitorais, como a piscina olímpica e a pista de atletismo, devido à ameaça de caducidade do plano que prevê a construção de 174 moradias de luxo para turistas», acrescentaram os vereadores.

Segundo o comunicado do PSD, «este plano levanta muitas questões sobre a avaliação dos terrenos, a pertinência desta opção e a razão pela qual a autarquia não está a promover a construção das infraestruturas, o que resultaria em um benefício económico mais significativo e transparente para o público»:

Rui André desafiou o executivo socialista a solicitar formalmente à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve que autorize a alteração do uso do solo, «uma vez que o plano atual não corresponde ao aprovado».

No entanto, «as incertezas, dúvidas e processos judiciais pendentes podem afastar potenciais licitantes na hasta pública», alertam os sociais-democratas.

E vão mais longe: «o silêncio do Partido Socialista (PS) sobre essas questões é preocupante. A intenção de ceder uma parte do terreno para o Campus Universitário também carece de congruência e confirmações».

Rui André considera que a visão do executivo socialista «é limitada e desprovida de um plano de futuro para o concelho, já que está a abandonar a possibilidade de criar uma zona de excelência para a educação e desenvolvimento».

Na sua opinião, a concretização da ideia do Campus Universitário, juntamente com outras respostas formativas e alojamento para estudantes jovens, enriqueceria a área, assim como a construção planeada de uma piscina olímpica, um novo pavilhão desportivo e outros espaços desportivos essenciais para o concelho.

«Esta ideia que o município está agora a abandonar, poderia ser uma mais-valia para todos», nas palavras do vereador do PSD.

Já sobre a zona turística que a autarquia pretende alienar para a construção de moradias de luxo, «é notável a falta de estudos de viabilidade ou necessidade para tal, especialmente quando comparado com a falta de oferta de outro tipo de habitação tão necessária para quem já vive e paga os seus impostos em Portimão», refere o mesmo documento.

Nesse sentido, Rui André apela ao executivo socialista para reconsiderar a forma como está a lidar com este assunto «crucial» para o futuro de Portimão.

«O processo até agora demonstrou falta de transparência, visão estratégica limitada e abandono de promessas eleitorais, o que levanta questões sobre o interesse público, o compromisso com o desenvolvimento sustentável da cidade, bem como, uma falta de respeito para com o eleitorado que confiou no programa eleitoral do PS», acrescentou.

Por tudo isso, para o PSD Portimão, «é fundamental que a autarquia reavalie suas decisões e envolva a população nesse processo tão importante».

Recorde-se que, no passado dia 10 de agosto, a Câmara Municipal de Portimão afirmou que será a venda de terreno no Barranco do Rodrigo para moradias a viabilizar grande parque urbano e infraestruturas do futuro Campus Universitário de Portimão, tal como o barlavento noticiou.