PSD Algarve: visita do governo é «passeio dos alegres e ofende algarvios»

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Sobre o périplo do governo pela região, o PSD Algarve considera que se trata de «muita parra e pouca uva, que nenhum problema vem resolver».

São mais de 60 as iniciativas que o governo, representado por António Costa e diversos ministros, tem marcadas na agenda durante a sua visita ao Algarve, que decorre entre entre hoje e amanhã, e que passa por diversos municípios.

Para a Comissão Política Distrital PSD Algarve, «com muito de soft politics e relações públicas, mas pouco ou nada de resultados práticos, o governo está no distrito, essencialmente, para fazer uma recheada jornada mediática, entre reuniões, apresentações e anúncios, desenhados apenas para atenuar os danos por si causados na sua imagem reputacional».

A força política presidida por Cristóvão Norte considera «aviltante verificar como o governo se atreve a montar este verdadeiro passeio dos alegres na nossa região, saltando despudoradamente sobre os assuntos que são essenciais para a população e que carecem das respostas que o governo deve e pode mas não quer ou não sabe dar».

Exemplificando com a situação dos cuidados de saúde, que é «um autêntico flagelo para quem cá vive e vergonha nacional, e que nesta visita não conhece nenhum avanço», apontam.

«Veja-se o caso da maternidade pisca-pisca de Portimão, que numa metade do tempo está aberta e na outra encerrada e que assim vai continuar, para infortúnio das grávidas e bebés da região; veja-se o caso do novo Hospital Central que coleciona anúncios, mas do qual nada se sabe, nem saberá tão cedo; veja-se o caso dos cuidados de saúde primários, que apresentam uma carência de médicos terceiro-mundista, de Sotavento a Barlavento, obrigando as pessoas a irem ao Centro de Saúde de madrugada para garantirem atendimento», diz ainda o PSD Algarve em nota enviada à redação do barlavento.

Na opinião dos sociais democratas, «não menos deprimente é a situação da educação, permanecendo cerca de cinco mil alunos algarvios sem professor a pelo menos uma disciplina, sem que tal mereça uma medida» do governo.

«Esta inexistência de recursos humanos é, de resto, a nota dominante em todos os serviços do Estado aqui no distrito, onde escasseiam médicos, professores, enfermeiros, juízes e demais profissionais de justiça. Os serviços dão resposta ineficiente e cada vez mais prorrogada no tempo», denota a distrital do partido.

O governo podia, «pelo menos, cumprir a lei garantindo a descida dos preços nas portagens da A22. É que, apesar de a lei definir um desconto de 50 por cento, o executivo socialista decidiu revogar as portarias de 2012 e 2016 que definiam o custo da portagem nesse momento, para aplicar o desconto sobre um valor de 2011, fazendo com que o desconto efetivo seja, na verdade, inferior a 35 por cento».

Sobre essa situação, o PSD Algarve caracteriza como: «uma vergonha, uma verdadeira burla aos algarvios que não deixamos passar e que, nesta visita, nem uma palavra do governo merecerá».

No campo das acessibilidades, o PSD lamenta também que a visita não sirva para explicar aos algarvios porque permanecem adiadas as obras de requalificação da EN125, apesar de o Estado já ter pago mais de 70 milhões em indemnizações ao concessionário e de nem um metro de estrada ter sido requalificado entre Olhão e Vila Real de Santo António.

«Quando pode consertar vias e modernizar trajetos, o governo coleciona erros e omissões, como a eletrificação da linha de ferro sem corrigir o traçado ou a ligação ferroviária ao Aeroporto de Faro que ficará para as calendas», acusa o partido político.

E «que dizer da habitação, em que os anos passaram e nem uma casa foi construída ou posta a arrendar, não obstante os 18 programas lançados desde 2015!», acrescentam.

«Ao invés de passeatas mediáticas, melhor fazia o governo se resolvesse estes problemas e se desbloqueasse outros como o Porto de Cruzeiros de Portimão, sobre o qual já quase ninguém fala, exceto o PSD, nem a autarca local, que prefere associar-se a esta parada de estrelas distribuindo sorrisos e falas mansas», denota o comunicado.

Já sobre o Conselho de Ministros, marcado para amanhã, dia 2 de março, em Faro, «nada esperamos, nem dos 66 momentos mediáticos que constituem este passeio dos alegres. Resta assegurar aos algarvios que podem continuar a contar com o PSD e com a sua força para denunciar e intervir da forma mais contundente, em prol do desenvolvimento do nosso distrito», concluem.