Proteção Civil quer atualizar estudo de risco sísmico do Algarve de 2009

  • Print Icon

Vítor Vaz Pinto, comandante regional de Emergência e Proteção Civil do Algarve, espera que «o estudo seja rapidamente atualizado».

0 comandante regional de Emergência e Proteção Civil do Algarve defendeu ontem, quarta-feira, 15 de novembro, a atualização do estudo de risco sísmico, datado de 2009, que permita o desenvolvimento de um novo simulador e a instalação de sistemas de aviso na costa.

«Com a atualização desse estudo, pretendemos ter um novo simulador [de cenários sísmicos] e instalar uma rede complementar de sistemas de aviso em toda a orla costeira vulnerável ao galgamento de águas em caso de tsunami», disse Vítor Vaz Pinto aos jornalistas.

O responsável, que falava à margem da apresentação do balanço do Dispositivo Especial de Combate aos Incêndios Rurais no Algarve, referia-se ao Estudo do Risco Sísmico e de Tsunamis do Algarve, originalmente concluído em 2009 e coordenado pela então Autoridade Nacional de Proteção Civil.

«Esperamos que esse estudo do risco sísmico e alerta de tsunamis seja rapidamente atualizado», defendeu, explicando que há «vontade política» das autoridades municipais e regional de Proteção Civil e também da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve.

Vítor Vaz Pinto, comandante regional de Emergência e Proteção Civil do Algarve, espera que «o estudo seja rapidamente atualizado.

O comandante regional da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) frisou que a região «é vulnerável» à questão sísmica. «A questão não é se, é quando. E, portanto, temos de estar mais bem preparados», justificou.

«Partindo do pressuposto de que tudo o que está debaixo da terra se mantém inalterável, tudo o que está à superfície, naturalmente desde 2009 para cá, se alterou, seja edificação, seja população, e tem de ser atualizado», sublinhou Vítor Vaz Pinto.

O estudo de 2009 levou ao desenvolvimento de um simulador ainda hoje utilizado, que antecipa as zonas mais afetadas e os danos materiais e humanos estimados após a inserção de dados como o epicentro e intensidade do sismo.

Além de um novo simulador, a atualização do estudo permitiria saber em que locais da orla costeira algarvia deve ser instalada uma rede de sirenes de aviso à população, atualmente apenas existentes em Portimão, na sequência de um projeto-piloto realizado em 2018.

«Em caso de ocorrência de sismo, e se houver um tsunami, as pessoas têm de saber como reagir e não podem estar à espera que alguém as venha socorrer. É preciso que cada um de nós saiba o que deve fazer e como se deve comportar numa situação dessas». acrescentou o comandante regional, lembrando que está ainda a ser preparado um novo plano de emergência para o risco sísmico.

Vítor Vaz Pinto, comandante regional de Emergência e Proteção Civil do Algarve, espera que «o estudo seja rapidamente atualizado».
Vítor Vaz Pinto, comandante regional de Emergência e Proteção Civil do Algarve.

Recorde-se que a secretária de Estado da Proteção Civil revelou, em fevereiro, que os planos de emergência para o risco sísmico da Área Metropolitana de Lisboa e do Algarve, instrumentos de suporte às operações de proteção civil, vão juntar-se num único documento.

Patrícia Gaspar avançou, numa audição no Parlamento, que se vai «juntar esses dois planos num único instrumento», tendo por base o estudo atualizado da componente sísmica no território.

Para a governante, é «muito mais útil e eficaz» juntar estes dois planos, que são um instrumento de suporte ao sistema de proteção civil para a gestão operacional perante a ocorrência de um sismo.