Projeto PRADE vai reflorestar área ardida da serra de Odeleite

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O Projeto PRADE – Projeto de Reflorestação de área ardida vai aliar o ambiente, a investigação e a atividade agroflorestal produtiva.

A Cooperativa Agrícola GuadiMonte apresentou na quinta-feira, dia 30 de março, em Alta Mora, o PRADE – Projeto de Reflorestação da Área Degradada da Eira-da-Zorra, que vai dar vida a 34 hectares da serra de Odeleite, entre outras medidas de investimento que ambicionam travar a desertificação e promover o regresso às raízes.

A sessão foi conduzida por Valter Matias, presidente da Cooperativa GuadiMonte e restantes parceiros do projeto PRADE: Filomena Sintra, vice-presidente da Câmara Municipal de Castro Marim, António Baião, da CONFRAGI e o professor Carlos Guerreiro, diretor da Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCT) da Universidade do Algarve (UAlg).

Elsa Cordeiro, vice-presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve, também marcou presença.

Com o principal objetivo de combater a desertificação, o projeto PRADE surge no contexto do incêndio que lavrou o território no verão de 2021.

A missão é agora a de reflorestar com espécies autóctones de crescimento lento, resilientes e tolerantes a ambientes secos, como é o caso da alfarrobeira, do medronheiro, do sobreiro e da azinheira.

A intervenção engloba também a recuperação das espécies arbóreas sobreviventes ao incêndio, nomeadamente as que integram o tradicional pomar de sequeiro Algarvio, e a beneficiação da rede de caminhos rurais, desenvolvida pelo município de Castro Marim.

Caberá à UAlg a realização de ensaios, monitorização de espécies e testes de germinação/sobrevivência, «porque muita embora a experiência nos traga muito conhecimento, a verdade é que nós não sabemos tudo e há muitas coisas que têm falhado até aqui», sublinhou Valter Matias na apresentação.

Para acompanhar todo o processo no terreno, num projeto que deverá desenvolver-se até ao início do próximo ano, será criado um Gabinete Técnico Local de Apoio ao Desenvolvimento de Ações e Projetos de Combate à Desertificação, a partir da requalificação da antiga escola primária da localidade da Corte Pequena.

«O sucesso da iniciativa dever-se-á à alma e à entrega daqueles que aqui vivem, à Cooperativa e à forte ligação de parceiros ativos, com particular destaque para a UAlg, que saiu do seu campus e está regularmente a acompanhar o desenvolvimento das ações, desde a construção do furo ao estudo dos solos, e trará o lado científico a um projeto de desenvolvimento rural, que poderá vir a inspirar outros projetos a nível regional e nacional», apontou Filomena Sintra.

«É necessária uma visão e ação mais hipostila, exigindo das entidades licenciadoras e financiadoras ajustamentos nas suas políticas», concluiu a vice-presidente.

O PRADE representa um investimento total de 896.036,13 euros (investimento elegível de 810.941,41 euros), sendo financiado pelo Programa COMPETE 2020, no âmbito do Aviso 13/REACT/2021, apoiado por Portugal e União Europeia, cofinanciado a 100 por cento pelo FEDER.