O Projeto ECOS – Oficina Ecológica de Cooperação Social cumpriu e ultrapassou a meta de redução da pobreza em Albufeira.
O Projeto ECOS constituiu uma iniciativa de Inovação e Empreendedorismo Social (IIES) da Santa Casa de Misericórdia de Albufeira (SCMA), aprovado pelo Programa CRESC Algarve 2020. Decorreu durante três anos, período durante o qual desenvolveu e aplicou um modelo de intervenção social inovador, que evidenciou ser muito eficaz.
Na verdade, cumpriu e ultrapassou a meta contratualizada de redução da pobreza ou exclusão social no concelho de Albufeira, com de 114 por cento de cumprimento da meta, e estima-se, através de uma análise SROI (Social Return on Investment), que gerou mais de um milhão e meio de euros em valor social, com uma relação de cerca de 2:1 para o investimento social.
A sessão de encerramento foi efetuada nas instalações do ECOS, no Vale paraíso, no dia 28 de setembro.
O evento de encerramento do projeto decorreu com a participação das entidades promotoras, dos parceiros e do financiador do projeto e com a assistência de muitos participantes do projeto.
A sessão foi presidida pela Provedora Patrícia Dias Seromenho e os resultados apresentados pelo Coordenador do Projeto Pedro Brazão.
Durante o evento foi atribuído o Selo de Responsabilidade Social ECOS a entidades doadoras do concelho, que não eram da área social, e foram entregues Certificados de Responsabilidade Social ECOS aos parceiros, como forma de reconhecimento e de reforço da rede de parceiros do ECOS.
Importante ainda destacar que o evento contou com as comunicações da Vice-Presidente da Portugal Inovação Social Marta Albuquerque, do presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve, José Apolinário, do presidente da Câmara Municipal de Albufeira, José Carlos Rolo e da diretora do Centro Distrital de Faro da Segurança Social Margarida Flores.
«Nós desenhamos um projeto ambicioso, sem prever que a COVID-19 vinha. Nós reinventamo-nos na forma de fazer e adaptamos o conjunto de atividades. Apesar dos desafios, o sucesso do ECOS deveu-se a uma determinação de todos nós, da Misericórdia, dos parceiros e da capacidade de adaptação de todos os beneficiários. Tenho de destacar que ao município de Albufeira se deve uma distinção. Deve ser um modelo a replicar, não só na região, mas a nível nacional, pela forma como que vê o setor social e como vê as instituições no território. Vê-nos como parceiros efetivos, sem medir forças ou protagonismos. Estamos cá para o mesmo: servir as pessoas», disse Patrícia Seromenho, provedora da Misericórdia de Albufeira.
«É uma honra poder assistir aos resultados alcançados e, principalmente, ao impacto social que teve este projeto em toda a comunidade. Hoje, o Portugal Inovação Social não é uma iniciativa pioneira, já ultrapassamos o patamar do pioneirismo. Não somos apenas uma referência nacional, no que se refere a construção de políticas públicas relacionadas com a inovação social. Hoje somos o sorriso de todos os destinatários destas iniciativas, de todos aqueles que participaram no projeto, dos que fizeram parte das equipas e daqueles que conseguiram melhorar o seu bem-estar. O impacto positivo destes projetos na sociedade é o maior benefício que nos podemos recolher, principalmente para levar aos parceiros e para melhorar propostas», considerou Marta Albuquerque, vice-presidente da Portugal Inovação Social.
Por sua vez, José Apolinário lembrou que «a Europa precisa que os fundos europeus cheguem junto das pessoas e que tenham resultados úteis para garantir inclusão social e respostas sociais. Nós valorizamos muito estes projetos de inovação social, que nasceram a partir de uma equipa que criou uma estrutura de missão para o Portugal Inovação Social. Este projeto foi apresentado como um projeto piloto e inovador à escala europeia. Por isso, eu quero felicitar a equipa que manteve de pé este projeto e as suas iniciativas. Albufeira foi um dos municípios onde dinamizaram-se mais projetos em concreto … Agora temos de ver o dia seguinte. Nós somos um território onde temos um grande número de cidadãos não nacionais. Nós somos um território com um risco de pobreza superior à média nacional. Nós somos um território que precisa trabalhar o tema da inclusão social, ligado ao sucesso educativo e às qualificações. Por isso estes projetos são para continuar».
José Carlos Rolo reforçou a mensagem. «Os resultados deixam ver uma dedicação extrema, não só dos colaboradores, mas também dos dirigentes, dos parceiros e dos utentes. 18000 ações é um número bastante lisonjeiro. Quero felicitar a apresentação dos resultados, porque muitas vezes investe-se dinheiro e depois não se vêm os resultados. Aqui foi apresentado um modelo que pode ser replicado. Neste projeto convergem, quer os investidores sociais quer as entidades europeias, e as entidades locais. Depois, diverge para a comunidade e para as pessoas. Isto é o que se chama uma trilogia e o triângulo é um dos polígonos mais resistente e mais forte que existe na geometria. Temos a certeza que a Misericórdia de Albufeira irá corresponder aos avisos abertos, para que a Câmara Municipal possa ser uma vez mais investidora social. Reforço à Sra. Provedora que pode contar com a CMA e com todos nos que nela colaboram».
A última palavra coube a Margarida Flores. «A SCMA teve a resiliência de manter este projeto num período tão difícil para as pessoas. Quando todos foram para casa, a rede social que ficou. Há que agradecer a forma como estiveram no terreno com as pessoas. A Segurança Social cruza com este projeto, nestas três vertentes: gestão financeira, capacitação e envolvimento social. Queria dar-vos conta que agimos para que este projeto fosse replicado. Aqui trouxemos a Secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade, Catarina Marcelino, para uma reunião da Comissão de Coordenação da Cooperação do Algarve, onde está representado o Secretariado Regional das Misericórdias do Algarve e a União Regional das IPSS. Reunimos neste espaço para dar conta de como a inovação social cruza com a missão do ISS. Este projeto foi visitado por todos os diretores da Segurança Social do país. Todos foram daqui muito entusiasmados».
O projeto foi inaugurado a 17 de maio de 2021 pela Ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, conforme o barlavento noticiou.