A equipa do Porto d´Abrigo do Zoomarine devolveu, esta manhã, dois cágados-mediterrânicos reabilitados à barragem do rio Arade, em Silves.
«Devolver ao meio selvagem cágados salvos pelas equipas de reabilitadores do Porto d’Abrigo do Zoomarine é uma das mais bonitas, mais tradicionais e mais felizes rotinas das quais é bom ter saudades».
É assim que a equipa descreve a atividade que decorreu esta manhã, quarta-feira, dia 24 de maio, às 10h00, na barragem do Arade, em Silves.
Nesta primeira ação de 2023, os especialistas afetos ao Porto d’Abrigo do Zoomarine, em parceria com o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) procederam à devolução à natureza de dois cágados que terminaram o seu processo de reabilitação: o Titã e a Theia, ambos cágado-mediterrânicos (Mauremys leprosa).
O Titã [força e poder] foi internado a 19 de junho de 2022, depois de ter sido encontrado prostrado. O diagnóstico revelou um grave distúrbio eletrolítico, anemia e hipoglicémia; adicionalmente, o seu trato digestivo estava fortemente parasitado e padecia de anorexia.
Terminado a sua reabilitação, o seu peso passou de 877 para 946 gramas.
Por sua vez, a Theia [deusa grega da visão] deu entrada no centro de reabilitação a 21 de agosto de 2022. Pesava, na altura, 861 gramas e revelou ter anemia e distúrbios eletrolíticos, uma infecção bacteriológica e dificuldades de flutuabilidade.
Totalmente recuperada, esta fêmea adulta passou a pesar 909 gramas.
«Durante a sua permanência sob cuidados humanos, ambos os cágados foram alimentados com várias espécies de peixe, carnes brancas, hortaliças e, ocasionalmente, minhocas», explica o Porto d’Abrigo do Zoomarine.
Além de «muito bem alimentados e desparasitados», os cágados foram ainda marcados com um microchip, que permitirá, no futuro, que ambos os espécimes possam ser identificados (caso voltem a ser avistados ou recolhidos), por reabilitadores e investigadores.
Recorde-se que o Porto d’Abrigo do Zoomarine, fundado em novembro de 2002, foi o primeiro centro de reabilitação criado em Portugal para espécimes aquáticos, integrando, desde sempre, a rede ABRIGOS, gerida pelo ICNF (e cofundada pelo Zoomarine, em 1999), com vista a dar apoio a espécimes arrojados na costa portuguesa (golfinhos, focas, tartarugas marinhas, entre outros) ou confiscados pelas autoridades portuguesas.
A devolução destes cágados é um exemplo de tal grata cooperação, «que muito nos honra e muito nos motiva, porque o nosso planeta precisa, porque o nosso Planeta merece… e porque «Juntos, Protegemos [Together We Protect]», concluem.