Portimão com «profundo desagrado» pelo trabalho da ALGAR

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A ALGAR acaba de receber novas críticas, desta vez por parte de Portimão, que inclusivamente já apresentou queixa à entidade reguladora.

Depois do município de Albufeira mostrar descontentamento com o trabalho desenvolvido pela ALGAR, tal como o barlavento noticiou, agora é a vez de Portimão falar em «profundo desagrado» pela entidade responsável pela recolha de recicláveis nos ecopontos do concelho.

«Como infelizmente se tem constatado, essa recolha seletiva pura e simplesmente não tem funcionado no município, sendo motivo de inúmeras reclamações por parte de residentes e turistas e constituindo uma enorme preocupação para a autarquia, que se vê, diariamente, confrontada com ilhas ecológicas a transbordar de garrafas, plásticos, vidro e papel que ficam espalhados pela via pública, nas áreas circundantes aos referidos equipamentos», informa a Câmara Municipal de Portimão em comunicado.

Para a autarquia, «o descontentamento da população é generalizado e as suas críticas absolutamente justas».

«De um município de referência na área da limpeza urbana, e em particular com uma das maiores taxas de reciclagem do país, Portimão passou a ser visto como um concelho onde os recicláveis se acumulam na rua, face à insuficiente recolha dos mesmos, projetando uma imagem de desmazelo e falta de limpeza do espaço público», aponta o executivo liderado por Isilda Gomes.

Após vários meses de reclamações e diligências diárias junto da ALGAR, «esta empresa respondeu sempre que iria melhorar o serviço, tendo inclusive contratado uma entidade externa – SUMA –, para aumentar a capacidade de recolha nas áreas de maior impacto no município», lê-se no mesmo documento.

Contudo, apesar destas medidas, a recolha de resíduos seletivos em Portimão, para a autarquia, «não se alterou para melhor, registando-se, pelo contrário, uma degradação do serviço prestado, em algumas áreas».

Foi no início do mês de agosto que a situação de má prestação de serviços pela ALGAR foi dada a conhecer junto da ERSAR – Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos, IP, requerendo um ajustamento «urgente do serviço».

Neste sentido, o município informa «recusar-se a estar refém da ALGAR, entidade que não cumpre o seu trabalho no concelho, facto que poderá originar graves problemas de insalubridade, já para não referir o péssimo cartão de visita para a imagem turística da cidade».

Como tal, e com o objetivo de minorar o problema, mesmo não sendo da sua responsabilidade, a autarquia mandatou a empresa municipal EMARP para que reforce as recolhas diárias dos resíduos recicláveis que se encontram depositados na envolvente dos ecopontos, bem como para que proceda à limpeza e lavagem dos locais onde se encontram instalados os referidos equipamentos, por forma a garantir as necessárias condições de salubridade.

Foi igualmente solicitado à referida empresa municipal que inicie negociações com a ALGAR, por forma a que contrate a EMARP para apoio operacional para a atividade da recolha seletiva de embalagens recicláveis (papel/cartão, plástico/metal e vidro).

A autarquia pretende, assim, que a EMARP, que assegura a recolha dos resíduos indiferenciados no sector, denominada em baixa, possa também ser responsável, a curto prazo, pela operação de recolha dos resíduos seletivos produzidos/depositados nos ecopontos e/ou envolventes existentes na sua área de intervenção, sendo esse serviço pago pela ALGAR.

A Câmara Municipal de Portimão aproveita para solicitar a colaboração e apelar ao civismo dos munícipes, para que, «sempre que encontrem ecopontos cheios, se dirijam ao ponto de recolha mais próximo, não deixando estes resíduos na via pública, de forma a evitar a acumulação indesejada de resíduos e consequentes situações de insalubridade», apelam.