«Petiscadas» artesanais de carapau e cavala vão promover o Algarve

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«Petiscadas» artesanais de carapau e cavala nascem para promover o Algarve e a Dieta Mediterrânica.

Foi na presença da ministra da Agricultura e Alimentação, Maria do Céu Antunes, sob o mote da Dieta Mediterrânica, que o mais recente produto promocional algarvio foi apresentado ao público, na manhã de terça-feira, dia 31 de maio, no auditório da Direção Regional de Agricultura e Pescas (DRAP) do Algarve.

Tratam-se de duas conservas, em vidro, produzidas pelos alunos e chefs da Escola de Hotelaria e Turismo de Vila Real de Santo António (EHTVRSA), de forma artesanal, à base de peixe e com ingredientes de produtores locais, intitulada de «Petiscadas».

«Todo o processo de criação e investigação desenvolveu-se com base naquilo que é a sazonalidade e todos os elementos associados à Dieta Mediterrânica. Daí o nome escolhido basear-se nos petiscos, algo relacionado com a nossa cultura gastronómica e a convivialidade muito associada a esta dieta. Estas Petiscadas são um bom início para se contar uma história à volta destes produtos», justificou Manuel Serra, diretor da EHTVRSA.

Manuel Serra.

Após um processo criativo ao longo de dois meses, as «Petiscadas» artesanais deram origem à nova marca Saborear o Algarve e nasceram em duas variedades: carapau [Trachurus trachurus] com palma de figo da Índia e cavala [Scomber colias] com azeitonas e amêndoas. Esta última, desenvolvida pela Saboreal – Conserveira do Arade, a mesma marca responsável pela produção de ambas as conservas.

«O que é certo é que temos um produto muito interessante, começando logo pela base das conservas, peixes típicos na alimentação mediterrânica, mas também com produtos autóctones do interior do Algarve e até do Alentejo. No caso do carapau, pegámos na ideia do figo da Índia e quisemos utilizar as estufas, as palmas jovens porque são mais fibrosas e até ótimas para substituir o pimento. Achámos logo a ideia interessante e depois acrescentámos os restantes ingredientes para dar sabor ao tempero: cebola, azeite virgem, sal, manjericão, gelificante e pimenta preta», esclareceu.

O objetivo destes dois novos produtos é o de promover a qualidade agroalimentar e das pescas do Algarve, simbolicamente representados pelas conservas, criadas através de técnicas de produção tradicionais, baseadas em artes ancestrais, que até se destacam na apresentação da embalagem de vidro.

«Sendo este um produto promocional do Algarve, até a sua apresentação se trata do início da história que podemos contar aos nossos turistas, a quem nos visita», diz o diretor, que acrescenta ainda que, agora, «em termos de desenvolvimento de trabalhos futuros, queremos e vamos trabalhar na informação adicional e ajudar a contar a história da criação destas conservas».

Para isso, Manuel Serra conta com um projeto inserido na EHTVRSA, que não poderia ir mais ao encontro desta iniciativa.

«Temos o Clube de Ciência Viva MED_LAB – Experiências Associadas à Dieta Mediterrânica, onde além de termos desenvolvido estas receitas, criamos experiências associadas a este tipo de gastronomia. Somos a cidade portuguesa mais próxima do Mar Mediterrâneo, pelo que tem todo o sentido que assim que o façamos», referiu.

Também a ministra da Agricultura e Alimentação, no seu discurso, quis deixar nota sobre a apresentação dos novos produtos algarvios: «dizemos que se olharmos para a agricultura enquanto produção primária, se olharmos depois para a transformação em que aqui pudemos ver estas conservas, se olharmos para o turismo que lhe está associado e se olharmos para a gastronomia que lhes está associada, há um conjunto grande de atividades que fazem toda a diferença. Tem de ser nesta sinergia que temos de saber trabalhar para promover a coesão territorial e o desenvolvimento económico do nosso país. É esta a nossa ambição. Portanto, trabalharemos juntos para este nosso compromisso».

Maria do Céu, antes, frisou ainda que «é esta cumplicidade entre aquilo que é bom e produzimos e aquilo que depois transformamos com a mão dos homens e das mulheres, e que preservamos com tanta identidade, que temos de saber construir o nosso futuro».

Maria do Céu Antunes.

Por sua vez, Pedro Valadas Monteiro, diretor regional de agricultura e pescas do Algarve, revelou que «das provas que fizemos, a opinião foi unânime de que tínhamos sido bem conseguidos» no resultado final dos produtos apresentados.

Já Manuel Serra concluiu o seu discurso, dirigindo-se em particular a Valadas Monteiro: «associamo-nos a estes e a outros projetos que a DRAP Algarve tenha em mente e que vão ao encontro da formação do público. Espero que este seja apenas o início de muitos outros projetos.

Pedro Valadas Monteiro.

A marca Saborear o Algarve junta a DRAP do Algarve, a EHTVRSA, a Confraria do Figo e Figueira da Índia, a Associação de Produtores de Figo da Índia Portugueses (APROFIP), a Opuntias Cooperativa Agrícola e a Saboreal – Conserveira do Arade, estando inserido no âmbito do projeto de assistência técnica ao Programa Operacional (PO) MAR2020.