O PCP Algarve reafirma «a luta» pela abolição das portagens na Via do Infante, pedindo ainda a requalificação da EN125 entre Olhão e Vila Real de Santo António (VRSA).
O Partido Comunista Português (PCP) recordou os 11 anos que já se passaram, assinalados no dia de ontem, 8 de dezembro, «da imposição de portagens na Via do Infante pelo Governo PS/Sócrates, contra a vontade dos trabalhadores e das populações do Algarve».
Essa decisão, «tendo sido confirmada nos anos seguintes por sucessivos governos do PSD/CDS e do PS, prejudicou gravemente a região, constituindo-se como um fator de extorsão da riqueza produzida, por parte do grupo económico que ficou com a concessão desta autoestrada», afirma a força política em nota enviada à redação do barlavento.
Assinalam-se 11 anos de portagens «que foram um fator de atraso no desenvolvimento do Algarve, de agravamento da sinistralidade, porque parte do tráfego foi desviado para a EN125, de perda de competitividade por parte das empresas na região e de empobrecimento das populações», dizem.
O PCP diz mesmo que «o facto da autoestrada ter sido construída com dinheiros públicos e estar ao serviço da acumulação privada, com a visível degradação do piso, torna ainda mais grave a conivência de sucessivos governos com esta situação».
Nesse sentido, para os comunistas, «nem a população, nem o Algarve se conformaram com esta decisão» e a «intensa luta que foi desenvolvida obrigou os últimos governos do PS a reduzirem o valor dar portagens, como ficou consagrado no Orçamento do Estado (OE) para 2021, onde a redução para 50 por cento do valor das portagens foi imposta contra a vontade do PS».
Ainda assim, os avanços não foram suficientes para a resolução definitiva do problema.
«O PS e o PSD opuseram-se sempre» à abolição imediata das portagens na A22, «como, aliás, voltou a acontecer no passado mês de novembro com a rejeição da proposta do PCP apresentada no debate do OE para 2023», denota a força política.
E vai ainda mais longe: «se o Algarve ainda hoje está confrontado com portagens na Via do Infante, é porque PS e PSD assim o quiseram».
Para «quem não se cansa de acenas com as supostas virtudes das chamadas Parcerias Público Privadas, como a que está proposta para a construção do Hospital Central do Algarve, convidamos a porem os olhos na Via do Infante ou na EN125, cujas obras estão paradas apesar do Estado continuar a pagar dezenas de milhões de euros à concessionária», lê-se na nota.
Para o PCP Algarve, essas mesmas parcerias, «na prática garantem rendas ao capital, ao mesmo tempo que promovem o esbulho de recursos públicos».
Caso não sejam tomadas medidas, o partido chama a atenção para a possibilidade de, a partir do dia 1 de janeiro, o preço das portagens na Via do Infante e na A2 subirem consideravelmente, «agravando ainda mais o custo de vida».
Os comunistas «reafirmam, uma vez mais, o seu compromisso na luta»: contra as portagens da A22 até que sejam abolidas e resgatada a concessão; pela requalificação da EN125 entre Olhão e Vila Real de Santo António; e pela limitação da atualização do preço das portagens no valor máximo de um por cento em todo país em 2023.