Passeio pedestre «O Figo no Algarve» dinamizado em Santa Rita

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«O Figo no Algarve. Da Árvore ao Fumeiro» é o tema do próximo passeio pedestre «Passos Contados», dia 27 de agosto, em Santa Rita.

Os «Passos Contados», passeios pedestres de interpretação da paisagem, continuam no mês de agosto, desta vez com o percurso «O Figo no Algarve. Da Árvore ao Fumeiro», dinamizado pelo agricultor João Sol, no domingo, dia 27.

Com extensas áreas de figueirais, o Algarve exportou durante séculos os figos secos, que tiveram elevada importância na alimentação das suas gentes e na economia regional.

Na «Crónica da Conquista do Algarve», lê-se que os mouros pedem tréguas aos cristãos para que possam colher as suas novidades, na época que se estende do mês de julho até São Miguel, a 29 de setembro. Era o tempo da colheita.

Já então o figo estava, como continuaria a estar, na base da alimentação da população algarvia. Servia muitas vezes em lugar de pão às gentes do campo e também matava a fome às bestas

No séc. XVI, Frei João de São José escreve na sua «Corografia do Reino do Algarve»: «as principais fazendas do Algarve são os figueirais e deitam-se os homens mais a eles que a outra cousa, porque se dão em toda a terra e é novidade de cada ano mais certa que o pão».

Colhido no verão, o figo ficava a secar no almeixar (termo que vem do árabe, al-manxar).

Depois, quando não ia para o fumeiro (na segunda metade do século XX existia em CacEela pelo menos um desses fumeiros o do João da Venda, no lugar da Ponte), era enseirado por mulheres, isto é, metido em seiras, pequenas alcofas de empreita, e calcado com folhinhas de funcho ou daro (aroeira), plantas aromáticas e conservantes.

Era, assim, acondicionado que seguia para comercialização dentro de fronteiras ou para exportação.

Com ponto de encontro marcado para as 07h00, no Centro de Investigação e Informação do Património de Cacela (antiga Escola Primária de Santa Rita), o percurso passa por alguns figueirais na envolvente da aldeia de Santa Rita, de forma a dar a conhecer diversas variedades de figo e respetivos períodos de colheita.

Vai ser ainda possível apanhar figos já secos, visitar um almeixar, provar figos secos e, por último, ficar a conhecer um pouco da história do antigo Fumeiro do João da Venda, no Sítio da Ponte.

As inscrições têm o valor de cinco euros, são limitadas, e devem ser pedidas através de telefone (281 952600) ou e-mail (ciipcacela@gmail.com).