«Não vou desistir até que o Algarve tenha novo Hospital», diz Rui Cristina

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«O Algarve é uma das regiões onde a população mais sofre com falta de acesso aos cuidados de saúde», disse Rui Cristina ao titular da pasta da Saúde.

A discussão do Orçamento de Estado (OE) 2024 continua na Assembleia da República e na sua intervenção no âmbito do sector da Saúde, o deputado Rui Cristina afirmou: «não irei desistir até que o novo Hospital Central seja construído», sublinhado ainda que a construção do Centro Regional de Oncologia do Algarve «é mais uma promessa que fica no papel».

Segundo o deputado, que se dirigia ao titular da pasta da Saúde, «o Algarve é uma das regiões onde a população mais sofre com a falta de acesso aos cuidados de saúde. E onde, infelizmente já estamos habituados a promessas não cumpridas».

Neste contexto, Rui Cristina elencou a «trapalhada» que envolve a construção do Centro Oncológico do Algarve, que surge no OE 2024 como um dos equipamentos para o qual vai ser aberto concurso, a par do Hospital Central do Algarve.

Isto porque, no final de junho, o Centro Hospitalar e Universitário do Algarve (CHUA) tinha adjudicado os projetos de execução e especialidade para o Centro Oncológico, sendo que veio depois a Administração Regional de Saúde (ARS) e a comissão de estudos para o Hospital Central emitir um parecer desfavorável, enquanto o CHUA prometia o Centro Oncológico a funcionar em 2024», apontou.

«A verdade é que os 1.500 doentes com cancro que poderiam ser tratados no Centro Oncológico terão de aguardar até que os senhores se entendam quanto à sua localização. Se dentro ou fora do Hospital Central. Entretanto, o CHUA gasta cerca de 5 milhões de euros anuais, enviando doentes com cancro para Sevilha», referiu Rui Cristina.

Nesse sentido, recorde-se que, em outubro último, Cristóvão Norte já tinha exigido avanço do Centro Oncológico do Algarve, depois de dois chumbos, tal como o barlavento noticiou.

«A verdade é que os algarvios têm fundadas dúvidas sobre qualquer destas promessas, tal é a trapalhada dos concursos», denunciou o deputado do Partido Social Democrata (PSD) eleito pelo Algarve.

Para Rui Cristina, «é difícil entender porque não se considerou o reforço do Serviço Nacional de Saúde (SNS) recorrendo aos recursos já existentes no sector social e no privado, quando o sistema de saúde no Algarve, há longos anos, que está comatoso, com falhas cada vez mais gritantes».

O PSD recorda que o recurso através de protocolos com o sector social e privado foi uma das iniciativas que o partido apresentou na Assembleia da República, iniciativas que abrangiam desde os cuidados primários e hospitalares aos continuados e paliativos, à valorização dos profissionais saúde, não esquecendo o acesso ao medicamento.

Estas iniciativas «foram sistematicamente chumbadas por este governo».

Na sua intervenção, Rui Cristina lembrou ainda que, após oito anos da governação do Partido Socialista (PS) continua a haver mais de 1.6 milhões de portugueses sem médicos de família, 5 milhões recorrem a seguros e subsistemas de saúde.

«O PSD alertou reiteradamente o falhanço das políticas de saúde do governo socialista e sempre pretendeu aumentar a acessibilidade dos portugueses aos cuidados de saúde, por não estar condicionado por sectarismos ideológico. A nossa ideologia e o nosso objetivo é salvar o SNS», reafirmou o deputado.