Museu de Portimão exibe golfinho gigante que exorta a «Ouvir o oceano»

  • Print Icon

O espaço exterior do Museu de Portimão acolhe a escultura «Ouvir o oceano» da autoria da artista B.J Boulter, a partir de sábado, 13 de julho, com direito a festa de inauguração às 18 horas.

Esta é uma peça que representa um golfinho com cerca de oito metros, inteiramente construído a partir da reutilização de resíduos de plástico.

Numa área de forte ligação à cultura marítima como é o caso do Museu de Portimão, do próprio município de Portimão e do Algarve, esta iniciativa é uma forma de chamar a atenção e transmitir uma forte mensagem para a necessidade de proteger a beleza e a pureza dos oceanos, evitando a sua degradação e, em especial, através de materiais e embalagens de plástico.

Estas representam uma real ameaça de extinção de muitas espécies de peixes, crustáceos, mamíferos, tartarugas e recifes, pela poluição que provocam e esta escultura, simbolizando uma dessas espécies, o golfinho, lembra-nos a necessidade não só de pensarmos mas também de agirmos todos os dias para salvar o oceano, evitando a sua contaminação.

Esta escultura surgiu após uma viagem da artista a Durban, na África do Sul, onde B.J. Boulter se inspirou para este projeto, lembrando que observara «um mar bonito e chocante» polvilhado de plásticos.

A artista sublinha que o trabalho surge numa época em que a sociedade começa a reagir sobre a ideia de que o tempo se está a esgotar, e de que algo deve ser feito, relativamente ao ambiente.

Atualmente, uma média de 8 biliões de quilos são despejados por ano e se este autêntico desastre ambiental não for travado estima-se, segundo a National Geographic Society, que até 2050 o plástico ultrapasse o peso de todos os peixes no mar.

Bárbara Jane Boulter (B.J. Boulter) é artista e designer de produção de filmes aposentada.

A artista chegou ao Algarve em 1962, quando os pais britânicos adquiriram a Residencial Pinguim, na Praia da Rocha. Nasceu na Tanzânia, na infância viveu no Quénia, onde o pai coordenou a construção de uma ferrovia.

O mar, nas suas mais variadas formas e abordagens é, deste modo, o tema que neste verão a programação temporária do Museu de Portimão nos propõe, tendo-se iniciado no dia 6 de junho, com «AQUARIUS» de Brigitte von Humblot e que terá continuidade a 24 de agosto, com a inauguração da exposição «Luz de mulher – Sorolla 100 anos depois», através da qual 21 mulheres, pintoras de Ayamonte, evocam a obra «A Pesca do Atum», pintada em 1919, naquela cidade espanhola, por Joaquín Sorolla.