Madalena Feu, responsável pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) no Algarve explicou ao barlavento as maiores preocupações do momento e a estratégia para combater os números «preocupantes» do desemprego na região.
À margem da inauguração do novo espaço de Coworking de São Brás de Alportel, no dia 12 de agosto, Madalena Feu, delegada regional do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) no Algarve, revelou ao barlavento que apesar de os números serem «preocupantes», «há dinheiro, vontade e capacidade» para minorar o flagelo do desemprego na região.
Segundo a responsável, o importante agora é «criar condições para se apoiarem as pessoas a combater o desemprego, a manter o emprego e a qualificar os recursos humanos. A região precisa de recursos humanos qualificados. Esta crise veio, mais uma vez, evidenciar essa situação e a nossa preocupação é a qualificação e a manutenção do emprego», referiu.
Questionada sobre se os números podem ser considerados assustadores, a delegada regional do IEFP afirmou que não e descreveu-os como «preocupantes».
«Trazem-nos preocupação porque sabemos que a situação é derivada de uma questão de saúde pública e pandémica, que não envolve só o nosso país, e que nos dá um grau de incerteza muito grande. Sabemos que vai haver, mais tarde ou mais cedo, uma cura ou uma vacina que combata à doença da COVID-19, mas não sabemos quando».
«Estamos todos a fazer um esforço muito grande para que a economia continue a laborar, mas estamos sempre muito dependentes do que poderá acontecer. Isso é preocupante, mas não diria que é uma situação assustadora porque estamos cá todos para lutar, para combater, para melhorar e criar as melhores condições de vida possíveis para as pessoas que defendem o emprego», garantiu.
«Não podemos deixar de dizer que é preocupante, sendo certo que [esta situação] terá um final e que melhores tempos virão. Espero que em 2021 já se comece a notar uma inversão» nas estatísticas do desemprego.
Feu sublinha que o pico do aumento do desemprego no Algarve decorreu entre os meses de março e maio, com valores muito elevados em comparação ao período homólogo e ao mês de fevereiro.
«É um período do ano em que devíamos estar a trabalhar para o emprego sazonal e para a economia. Vimos, contudo, o ciclo a inverter-se e a recuar para um período em que a atividade não está a ter dinamismo», descreveu.
No entanto, «de maio para julho, estamos a notar que, de facto, a economia já está a mexer. Se aumentámos o desemprego em 2020, de março até maio, de maio para junho já diminuímos. E de junho para julho também já sentimos uma diminuição grande», contabilizou.
«Estou convencida que até setembro a situação vai melhorar. Neste momento, estamos a sentir que o período de verão está a mexer, está a haver dinamismo, o desemprego está a baixar face aos meses anteriores, mas face ao período homólogo [de 2019] a diferença é elevada. Mas estamos muito empenhados e a fazer um esforço muito grande para mitigar o desemprego expectável», disse.
Já em relação aos planos do IEFP para responder a esse mesmo aumento, Feu explicou que «vai haver um programa específico de apoios para o Algarve. Estamos a trabalhar muito para tentar mitigar este problema e para que a situação não seja tão grave. Estamos a fazer o melhor. Há dinheiro, há vontade e há capacidade de trabalho. O IEFP está a organizar-se para responder tão rápido quanto possível», garantiu ao barlavento.
Por fim, sobre as faixas etárias mais frágeis, a delegada referiu que são os jovens e os desempregados de longa duração.
«São públicos que por norma têm maiores dificuldades de inserção por motivos diferentes». Todavia, «tendo essa consciência, há planos, há programas e há medidas que estão a ser ajustadas em função das necessidades que estão a ser verificadas e que decorrem da atual conjuntura».
«Estamos todos a fazer um esforço muito grande, tanto o governo, como as entidades. É um esforço conjunto para tentar mitigar o mais possível as consequências deste inimigo de saúde pública na economia, no emprego e ao nível social», concluiu.