Loulé volta a prestar homenagem às vítimas da Primeira Guerra Mundial

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O município de Loulé assinalou o 105.º aniversário do Armistício da Primeira Guerra Mundial para não esquecer as «nódoas negras» do passado.

Às 11h00 da manhã do dia 11 de novembro de 1918 era assinado o Armistício de Compiègne que pôs termo à Primeira Guerra Mundial, um momento da história que mais uma vez foi celebrado em Loulé, numa iniciativa conjunta da Câmara Municipal de Loulé e do Núcleo da Liga dos Combatentes.

Apesar de passarem já 105 anos desde esse momento, a autarquia de Loulé fez questão de continuar a assinalar a data, não só para evocar aqueles que tombaram no campo de batalha, mas também para que a memória deste acontecimento trágico perdure e que as gerações presentes tirem as devidas ilações num mundo que é novamente assolado por conflitos bélicos de grande envergadura.

«Homenagear as vítimas da loucura da Humanidade durante a Primeira Guerra Mundial, período negro da nossa civilização em que morreram perto de 20 milhões de pessoas, entre militares e civis, é querer que a História não se repita», sublinhou o autarca Vítor Aleixo durante o seu discurso na manhã de dia 11 de novembro.

Mas antes dos presentes se deslocarem ao Salão Nobre para ouvirem as palavras dos representantes da Câmara Municipal e da Liga, foi depositada uma coroa de flores junto às placas que se encontram na fachada do edifício dos Paços do Concelho com os nomes dos militares louletanos que participaram na Primeira Guerra Mundial, nas frentes do Nordeste Europeu, na Flandres, e em África, no Sul de Angola e Norte de Moçambique. Até porque estes foram também «anos muito negros» para Loulé, que viu partir muitos dos seus conterrâneos, de diversas localidades do concelho, em especial durante a sangrenta Batalha de La Lys.

«Parece uma fatalidade, ciclicamente voltamos a estas nódoas negras do passado histórico da Humanidade mas o ser humano tem sempre a esperança de que, um dia, seremos capazes de reparar esta espécie de tara congénita que trazemos em nós e que é esta facilidade de nos matamos uns aos outros», notou o autarca.

E numa alusão aos acontecimentos atuais no Médio Oriente e na Ucrânia, juntou a sua voz «aos muitos milhares de cidadão que por todo o mundo já manifestaram o seu desejo mais profundo, gritando pela paz, pelo cessar-fogo, pela liberdade dos povos e pelo direito à vida com dignidade», refere ainda Vítor Aleixo.

Do lado do Núcleo de Loulé da Liga dos Combatentes, Manuel Costeira agradeceu o apoio social que é dado pelo município a quem ainda hoje sofre por ter estado numa guerra, em particular no Ultramar.

«Todos os dias fazemos o que podemos para apoiar os que ainda cá estão e que não deixam de ter menos valor por estarem vivos, muitos deles bastante necessitados. Uma palavra de agradecimento pelo que o município tem feito pelos combatentes, todos os dias», disse o presidente da Liga.