Temporada 2019/2020 começa na próxima semana em Aljezur com o espetáculo de novo circo aéreo e cantado «Les Princesses».
Os ciclos da natureza e os elementos água, fogo e ar têm sido a linha mestra da programação das três edições do projeto Lavrar o Mar – as artes no alto da serra e na Costa Vicentina.
Este ano, é a vez do elemento terra inspirar os projetos de criação e também as propostas que Madalena Victorino e Giacomo Scalisi, responsáveis pela direção artística, têm em agenda para a quarta temporada que começa na quinta-feira, dia 17 de outubro, em Aljezur.
E há também uma outra novidade, a incursão por um imaginário que toca miúdos e graúdos.
«No fundo, quando começámos, pensámos que poderíamos ter uma espécie de grande assunto para o qual confluiriam os projetos que faríamos. Observámos que nestes territórios, a coisa mais forte e mais bela é a natureza e o seu ciclo. E assim chegámos aos elementos. Começamos com o fogo que traduzia a ideia de efervescência que aqui iríamos encentar. Queríamos falar de um fogo bom que não destrói, mas que ilumina e aquece» e que teve o seu apogeu na instalação da companhia Carabosse no Castelo de Aljezur em maio de 2017.
«Depois passámos para a água, e mostrámos como os equipamentos municipais destes concelhos podem ter uma nova vida, como o oceano pode caber numa piscina. No ano passado, entrámos no ar e agora será a terra. Há vários espetáculos de novo circo que atravessam este grande tema, não num sentido primário e direto, mas como forma de começar a programação com um objeto forte, muito belo, muito atual», descreve Madalena Victorino.

Trata-se do espetáculo «Les Princesses» que traz de novo ao Algarve a companhia francesa Cheptel Aleïkoum, que atuou em Monchique na passagem de ano de 2016/17, na primeira edição do Lavrar o Mar. Terá apresentações de 17 a 20 de outubro (quinta-feira a domingo), às 21 horas, no EMA – Espaço Multiusos de Aljezur.
«Este é um trabalho muito diferente, que de alguma forma se liga à terra através da ressonância que os contos de fadas têm na vida dos adultos», descreveu a coreógrafa.
A apresentação no EMA «segue a nossa linha de utilizar e potenciar não só a natureza enquanto espaço cénico, mas também transfigurar os equipamentos municipais através da presença do Lavrar o Mar», acrescenta.
Como tem vindo a ser habitual, «Les Princesses» seguirá para Monchique, onde promete encantar as gentes da serra e visitantes, de 24 a 27 de outubro (quinta-feira a domingo). O local será também pouco convencional.
«Vamos estar numa relação muito interessante com o ginásio da Escola Básica Manuel do Nascimento que nos cede as instalações. Durante a semana haverá tempo para um encontro entre os alunos e os artistas. A companhia vai dedicar um dia aos estudantes do 7º, 8º e 9º anos, para lhes falar da da linguagem do circo contemporâneo e da vida das pessoas que se dedicam a fazer esta arte», detalha a coreógrafa Madalena Victorino.
E como é este espetáculo de princesas? Responde Giacomo Scalisi: «tudo se passa numa estrutura peculiar. É como um chapitô aberto e é por que vai ser montado dentro de um edifício. As pessoas ficam numa bancada circular de 360 graus, muito próximo da cena. Todas as partes acrobáticas acontecem quase em cima do nariz e da cabeça do público».
Tal proximidade, «cria uma atmosfera muito particular. No espetáculo, estas princesas modernas, revisitam um pouco o que é a realidade», acrescenta o programador que viu a estreia em França, há dois anos. «É um circo aéreo que acontece entre trapézios e também musical. É cantado e tem música ao vivo. Uma das interpretes é cantora, criou a música e os textos a partir do próprio espetáculo», descreve
Giacomo Scalisi ao «barlavento».
A lotação é de 220 pessoas para cada apresentação, sendo que os mentores do Lavrar o Mar esperam receber um total de 1600 pessoas.
Os bilhetes custam 10 euros (adultos) e 5 euros (crianças até aos 11 anos) e já estão à venda online na plataforma BOL, assim como na Biblioteca Municipal de Monchique e Casa Lavrar o Mar, em Aljezur (Rua João Dias Mendes).
A companhia francesa Cheptel Aleïkoum vem de uma pequena aldeia no centro de França, em Saint-Agil, de apenas 280 habitantes.

«São um grupo de artistas que se reuniram numa localidade que estava sem vida. A sua chegada trouxe uma nova força e uma nova energia. Trabalham em conjunto para desenvolver as suas criações», rematam.
Mais uma vez, o quarto ciclo do Lavrar o Mar (2019/2020) insere-se na programação do 365 Algarve.
A lotação é de 220 pessoas para cada apresentação, sendo que os mentores do Lavrar o Mar esperam receber um total de 1600 pessoas. Os bilhetes custam 10 euros (adultos) e 5 euros (crianças até aos 11 anos) e já estão à venda online na plataforma BOL, assim como na Biblioteca Municipal de Monchique e Casa Lavrar o Mar, em Aljezur (Rua João Dias Mendes).
A companhia francesa Cheptel Aleïkoum vem de uma pequena aldeia no centro de França, em Saint-Agil, de apenas 280 habitantes.
«São um grupo de artistas que se reuniram numa localidade que estava sem vida. A sua chegada trouxe uma nova força e uma nova energia. Trabalham em conjunto para desenvolver as suas criações», rematam.
O quarto ciclo do Lavrar o Mar (2019/2020) insere-se na programação do 365 Algarve.
O Lavrar o Mar é um projeto da COSANOSTRA Cooperativa Cultural, que conta com o apoio das Câmaras Municipais de Aljezur e Monchique, além dos os apoios financeiros do programa 365 Algarve, do CRESCALGARVE 2020 e da Direção-Geral das Artes.
Taxa de ocupação média dos espetáculos é de 99,6 por cento
O projeto Lavrar o Mar – As Artes no Alto da Serra e na Costa Vicentina concluiu o terceiro ciclo de programação, entre novembro de 2018 e junho de 2019, nos municípios de Aljezur e Monchique.
De acordo com o estudo de indicadores de bilheteira a que o «barlavento» teve acesso, o programa traduziu-se em nove espetáculos, dos quais cinco foram novas criações, e dois em residências artísticas de companhias estrangeiras. A totalidade resultou em 44 sessões, que tiveram um total de 7858 espetadores, enquanto cerca de 1000 ficaram em lista de espera para poderem acompanhar a programação.
Em oito dos nove espetáculos houve uma participação ativa da comunidade com a participação de pessoas de várias nacionalidades, como cozinheiros, padeiros, destiladores, costureiras, músicos, bailarinos, crianças, jovens, idosos, entre outros.
O novo circo no fim do ano esgotou e levou 3500 pessoas a Monchique entre os dias 28 de dezembro e 1 de janeiro.
Este ano, Madalena Victorino e Giacomo Scalisi, responsáveis pela direção artística, prometem elevar ainda mais a fasquia.
Em relação ao público que acompanhou a última temporada, 69 por cento tem nacionalidade portuguesa e 31 por cento, nacionalidade estrangeira.
Entre o público de nacionalidade portuguesa, 85 por cento são residentes no Algarve, enquanto 15 por cento são visitantes do resto do país. Destes 57 por cento vieram da área da grande Lisboa, 33 por cento do Alentejo, 9 por cento das zonas centro e norte, e 1 por cento do restante território nacional. Entre o público de nacionalidade estrangeira, 81 por cento são residentes no Algarve e 19 por cento são turistas.
Apesar do número de espetáculos ter sido inferior ao da edição anterior, o número de espetadores estrangeiros aumentou significativamente, tanto residentes (+5,4 por cento) como turistas (+4,7 por cento).
A taxa de ocupação média dos espetáculos foi de 99,6 por cento (mais 3,6 por cento do que na edição anterior).