Está a decorrer a campanha de investigação Slipping 2020 cujo objetivo é avaliar a sobrevivência da cavala após rejeição pela pesca do cerco. Nesta campanha, uma equipa de investigadores do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) e do Centro de Ciências do Mar (CCMAR).
Esta campanha, que articula trabalho a bordo do navio de investigação «Diplodus» e da traineira «Mestre Horácio» de Sesimbra, é a primeira de uma série a realizar no projeto «Sardinha 2020», e vai avaliar alterações biológicas e fisiológicas e a sobrevivência da cavala baseada numa experiência no mar.
Os dados do Programa Nacional de Amostragem Biológica (PNAB) mostram que a cavala é uma das espécies frequentemente alvo de slipping no cerco. O seu interesse comercial tem aumentado nos últimos anos, em parte devido à redução da quota de pesca da sardinha.
Os dados desta campanha vão ser utilizados para discutir práticas para maximizar a sobrevivência do peixe após a manobra de destombar a rede com o sector do cerco e também para melhorar o aconselhamento científico do IPMA para a pescaria.
Na pesca do cerco é praticada uma forma típica de rejeição, designada destombar ou desenvasar da rede (slipping em inglês).
O peixe cercado pela rede, mas sem interesse por razões de mercado, limites de captura ou de tamanho, permanece sempre dentro de água até ser libertado.
Esta prática tem sido considerada pouco lesiva para o peixe, mas vários estudos recentes baseados em experiências em cativeiro, nomeadamente com a sardinha, indicam que a mortalidade pode ser elevada e apontam formas de a minimizar.