FRAPAL lamenta «falta de transparência» na gestão pandémica escolar

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A FRAPAL – Federação Regional das Associações de Pais do Algarve tem acompanhado de perto a situação do estado do país relativamente à pandemia que a todos assola.

No entanto, esta Federação também «considera que muitos números terão ficado por divulgar atempadamente e essa falta de transparência, dentro de alguns agrupamentos escolares, dificulta a verdadeira perceção da realidade de concelho para concelho e mesmo de freguesia para freguesia».

Aparentemente, «o processo de controlo turma a turma já não é suficiente para se evitar uma escalada de infeções em cinco concelhos no Algarve e esta ordem sanitária afeta dramaticamente muitas famílias, com muito pouco tempo de antecedência para programarem as suas vidas nas próximas duas semanas».

Por isso, defende a FRAPAL, «não se compreende, com a informação de que dispomos, a disparidade de tratamento entre, por exemplo, a situação do Algarve e a de Lisboa e Vale do Tejo».

Em comunicado assinado por Nuno Sousa, presidente da FRAPAL questiona «o que se fará aos alunos dos Jardins de Infância? Não estarão, também eles, afetados pelos mesmos riscos? Os alunos com necessidades especiais irão passar pelo mesmo problema já sentido antes, durante a educação a distância? Estas duas semanas em regime a distância deverão ser consideradas para efeitos de avaliação? Nem todas as famílias dispõem ainda dos recursos necessários ou das mesmas condições domésticas. O apoio do Estado permanece para os pais e encarregados de educação por conta de outrem? Quando será disponibilizado eo que fazer aos apoios presenciais que decorrem em sala de aula nas escolas secundárias, destinados aos alunos que irão fazer exames nacionais?»

Aqueles alunos «mais do que quaisquer outros, terão a sua vida muito afetada em caso de contacto com um caso infetado de COVID-19. Qualquer aluno que seja impedido de realizar um exame nacional vê a sua vida afetada durante um ano. Se a situação se tornou seriamente preocupante para tal tomada de posição pela Administração Regional de Saúde do Algarve, não terá sido, seguramente, após um fim de semana apenas».

Na opinião da FRAPAL, «a ausência de partilha de informação com os parceiros leva a que notícias como a suspensão unilateral, por parte da ARS Algarve, leve a uma quebra de confiança nas instituições».

Para mais, «esta decisão foi tomada sem audição prévia dos principais interessados: as famílias, não esquecendo que a suspensão das aulas presenciais para os alunos do 1º e 2º ciclos do Ensino Básico em cinco concelhos do Algarve tem impacto em quase 50 por cento da população estudantil dessa faixa etária, o que nos deixa certamente preocupados com a evolução da situação pandémica».

Nuno Sousa espera agora por «explicações científicas mais profundas por parte das autoridades de saúde que justificam esta tomada de posição, bem como a resposta às perguntas que aqui deixámos».