Enfermeiros algarvios entregam amanhã às 10 horas na Assembleia da República uma petição com mais de 4600 assinaturas, exigindo que o Centro Hospitalar e Universitário do Algarve (CHUA) e Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve cumpram os compromissos que assumiram.
São 500 enfermeiros com, entre 10 e 20 anos de trabalho que ganham o mesmo que um enfermeiro recém-licenciado porque não lhes é contado o tempo de serviço.
O Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA) «não progride os enfermeiros com Contrato Individual de Trabalho e a ARS Algarve não progride os que tiveram um ajustamento salarial para a primeira posição remuneratória da nova carreira. Mas ambas as instituições assinaram estes compromissos em 2019!», volta a reivindicar a direção regional de Faro do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP).
Em comunicado, aquela força sindical explica que «este incumprimento determinou uma campanha de esclarecimento junto da população e responsáveis políticos, assim como a recolha de assinaturas para a petição pública Apoiar os Enfermeiros do Algarve. Cópias das mais de 4600 assinaturas de milhares de cidadãos solidários com os enfermeiros, foram entregues à administração do CHUA e serão enviadas à ARS Algarve, ao Primeiro-ministro António Costa, à Ministra da Saúde Marta Temido e serão entregues na Assembleia da República».
«Em reunião com deputados eleitos pelo Algarve do PS, do PSD, do BE e com o deputado do parlamento europeu do PCP foi assumido que os compromissos escritos são para cumprir. É curioso que, no âmbito de outras petições entregues pelo SEP, precisamente em torno deste problema, PS e PSD não tenham apresentado ainda quaisquer propostas de projetos de decreto de lei para os resolver», acusa o SEP.
No entanto, «os enfermeiros continuam a estar na linha da frente e em risco. Regista-se a falta de material de consumo clínico em alguns Centros de Saúde da Região e chegou-nos relatos recentes de profissionais e utentes a comprarem algum material para a realização de tratamentos».
E «apesar do incumprimento das administrações e das faltas de material e pessoal, os enfermeiros continuam a desenvolver iniciativas para garantir mais acessibilidade aos cidadãos e com segurança. A mais recente parte de um grupo de enfermeiros de Portimão, que voluntariamente criaram a iniciativa um enfermeiro em cada rua e que se traduz na administração domiciliária gratuita da vacina da gripe aos utentes mais vulneráveis, após o seu período de trabalho no hospital».
Se o governo quiser, efetivamente, «premiar e valorizar os enfermeiros então não terá qualquer dificuldade em decidir pelo que é justo e resolver os problemas, nomeadamente os da progressão», conclui o comunicado da direção regional de Faro do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP).