Luís Torres nasceu em Olhão, em 1957, e começou a fotografar em meados da década de 1970. Fotógrafo amador (aquele que ama a fotografia!), ainda hoje é detentor uma vasta coleção de inéditos que retratam as vivências dos olhanenses e, em sentido lato, dos algarvios, até à década de 1990. A Culatra chamou amiúde a sua atenção e o «barlavento» convidou-o a relevar alguns dos seus inéditos ali registados ao longo de várias visitas.
Em relação a esta pequena série, o fotógrafo afirma que «a Culatra, naqueles anos, era completamente diferente do que é hoje. As minhas imagens incidem sobre as pessoas que lá habitavam. Sempre foi esse o meu foco».
«Encontrei uma abertura enorme para fazer esta recolha, já que os culatrenses foram bastante afáveis e acolhedores. Procurei registrar as suas atividades da pesca. Era essa a principal forma de subsistência daquele povoado», diz.
«Quis também registar alguns momentos de lazer, num dos poucos cafés que então existiam. E, claro está, as crianças…»
Esta pequena mostra, que o «barlavento» apresenta hoje, é também uma homenagem do fotógrafo Luís Torres, à qual o jornal se junta, a todos aqueles que no histórico dia 19 de julho de 1987 decidiram fazer ouvir a sua voz e conseguiram mudar o rumo do núcleo da Culatra, dando início a uma longa batalha por condições de vida dignas naquela ilha-barreira da Ria Formosa.
Uma batalha que, aliás, hoje se transformou numa vitória.
Feliz dia Culatra!