O pico da quinta vaga da pandemia de COVID-19 foi atingido no dia 28 de janeiro e Portugal já está numa fase decrescente da Ómicron.
O pico da quinta vaga da pandemia de COVID-19 foi atingido no dia 28 de janeiro e Portugal já está numa fase decrescente da onda pandémica relacionada com a Ómicron, avançou hoje o perito da DGS Pedro Pinto Leite.
«Portugal passou por cinco grandes ondas epidémicas e encontramo-nos na quinta maior onda desde o início da pandemia», afirmou o especialista em Saúde Pública na reunião do Infarmed, que está a decorrer em Lisboa e que junta especialistas e responsáveis políticos.
Segundo dados apresentados por Pedro Pinto Leite, atualmente a incidência cumulativa a sete dias por 100 mil habitantes, entre 07 e 13 de fevereiros, é de 1.562 casos, o que representa menos 45 por cento relativamente ao período homólogo e indica que Portugal de encontra «numa tendência decrescente» da pandemia.
«O pico da incidência terá ocorrido no dia 28 de janeiro com 2.789 casos a sete dias por 100 mil habitantes», salientou o especialista da Direção-Geral de Saúde (DGS).
Durante a apresentação da «caracterização da situação epidemiológica» da COVID-19 no país, o especialista explicou que habitualmente a incidência cumulativa era apresentada a 14 dias, mas passou a ser aos sete dias por ser «um indicador mais precoce relativamente ao surgimento de alterações na incidência».
Fazendo uma análise da incidência por região, Pedro Pinto Leite recordou que a introdução da variante começou na região de Lisboa e Vale do Tejo e na Madeira, que tiveram inicialmente incidências superiores às restantes regiões.
«Num segundo momento, a região norte ultrapassou estas regiões com maiores incidências», mas atualmente todas as regiões apresentam incidências com tendência decrescente, destacou.
O perito da DGS destacou também como outro «aspeto positivo», o facto de todos os grupos etários apresentarem atualmente «uma incidência com tendência decrescente».
Realçou o facto de ao longo desta onda pandémica se ter conseguido manter «incidências relativamente mais baixas» nos mais velhos, que estão associados depois a uma maior gravidade e mortalidade, em comparação com outros grupos etários.
Pedro Pinto Leite referiu igualmente que a proporção da positividade nos testes à COVID-19 está a decrescer, encontrando-se nos 18,8 por cento, apesar de ainda estar acima do valor de referência do Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doença, que é de 4 por cento.
No entanto, disse, também estão a ser realizado menos testes. Na semana em análise, foram feitos 996.474, dos quais 31 por cento correspondem a testes PCR e 69 por cento a testes rápidos de antigénio realizados em farmácia ou em laboratórios.
Relativamente ao risco de internamento, apontou que foi sete vezes inferior nas pessoas com a vacinação completa relativamente aos que não tinham.
Dando como exemplo o grupo etário dos 80 e mais anos, referiu que por cada 100 pessoas infetadas, 23 acabavam por ser internadas quando não tinham o esquema vacinal completou, o que desce para três quando têm a dose de reforço.
«Isto é uma redução substancial do risco e reforça a proteção conferida pela vacinação e a confiança que temos na vacinação na diminuição da gravidade da doença», vincou Pedro Pinto Leite.
Sobre o impacto da pandemia nos serviços de saúde, disse que há «uma estabilização» do número de internamentos e uma tendência decrescente nas unidades de cuidados intensivos (UCI).
Na semana de 07 a 13 de fevereiro, corresponderia a 148 internamentos, menos 17 por cento face ao período homólogo, e a 58 por cento do nível de alerta da linha vermelha definida em 255 camas em UCI.