Comissão Concelhia de Albufeira do Partido Comunista Português emitiu posição num comunicado onde também considera «que é preciso continuar a respeitar e cumprir as orientações de prevenção das autoridades de saúde no combate ao surto epidémico da COVID-19.
No mesmo documento, esta comissão condena «o aproveitamento, por parte do patronato, devido à situação que o país vive, sob o efeito da pandemia da COVID-19 que afeta, naturalmente, o Algarve».
«O patronato, em especial o da hotelaria, encerra vários hotéis, deixando sem salário os trabalhadores que não possuem qualquer outro rendimento. Com esta prática, a entidade patronal deste sector negligencia, ainda mais, os direitos dos trabalhadores, direitos conquistados a pulso, à custa da luta permanentemente, por eles exercida», denuncia a força partidária.
E concretiza a acusação: «a título de exemplo está o recurso feito pelo Hotel Sheraton, em Albufeira, para avançar para a situação de Lay-off, reduzindo para dois terços o salário dos cerca de 250 trabalhadore e transferindo para a segurança social grande parte desses encargos».
O PCP assinala «que é particularmente significativa esta opção quando, ao longo dos últimos anos, o Hotel Sheraton e outras grandes unidades hoteleiras acumularam lucros significativos ao mesmo tempo que mantiveram congelados os salários das centenas de trabalhadores de que precisam para manter o seu negócio. O salário é um direito inalienável. Não pode o patronato utilizar a grave situação de saúde pública, para diminuir os rendimentos dos trabalhadores, já por si e na maior parte, insuficientes para fazer face às suas necessidades».
A concelhia de Albufeira do Partido Comunista Português lança ainda mais uma afirmação: «as férias forçadas, que estão a ser impostas em muitas das unidades hoteleiras, estão também fora do âmbito legal, uma vez que as férias são um direito dos trabalhadores e não um instrumento do patronato para limitar prejuízos».
Em jeito de conclusão, o PCP deixa uma questão – «onde estão os grandes lucros que a hotelaria arrecadou ao longo dos últimos anos? Os anos dourados dos hotéis esgotados durante a época alta, onde imperaram os baixos salários, a precariedade, a repressão e o ataque aos direitos mais elementares dos trabalhadores e à actividade sindical».
Esta comissão concelhia considera que «as consequências económicas do surto epidémico do COVID-19 não podem ser combatidas à custa da redução dos direitos dos trabalhadores, e condena a atitude abusiva do patronato, exigindo do governo medidas que impeçam os despedimentos e garantam os salários e rendimentos e exorta os trabalhadores a lutarem pela manutenção dos seus direitos».