COVID-19: Incidência aumentou para um «máximo histórico»

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A incidência do vírus SARS-CoV-2 aumentou para um máximo histórico, com uma tendência fortemente crescente a nível nacional.

Isso faz sentir-se nos internamentos em enfermaria, embora os cuidados intensivos se encontrem a cerca de 60 por cento do nível de alerta.

Os internamentos em Unidades de Cuidados Intensivos mantêm «uma tendência estável» e a mortalidade reduziu, mantendo também «uma tendência estável», para um valor inferior ao linear determinado pelo Centro Europeu de Controlo e Prevenção de Doença (ECDC na sigla em inglês), de 20 óbitos a 14 dias por 100 mil habitantes, afirmou hoje Pedro Pinto Leite, da Direção-Geral da Saúde, na reunião do Infarmed, em Lisboa.

Segundo o especialista, o número de internamentos total encontrava-se em 1.167 camas na semana passada (que terminou a 02 de janeiro), o que corresponde a mais 28 por cento relativamente ao período homólogo, apresentando uma tendência crescente.

No entanto, o número de camas em Unidades de Cuidados Intensivos manteve-se perto das 140, 150 camas com uma tendência estável e correspondendo a 58 por cento relativamente ao nível de alerta determinado na Linha Vermelha (255 camas), afirmou na reunião que junta peritos e políticos para avaliar a situação epidemiológica no país.

Pedro Pinto Leite salientou que Portugal está «numa fase diferente da pandemia» caracterizada pelo número de novos casos mais elevado desde o seu início.

«Temos valores históricos desde o início da pandemia», disse, especificando que a incidência cumulativa a 14 dias por 100.000 habitantes encontra-se nos 2.007 casos na semana passada, um valor que corresponde a mais de 131 por cento relativamente ao período homólogo de 2021.

Segundo o perito, este aumento de incidência traduz-se numa «tendência fortemente crescente» com uma média diária de cerca de 21 mil casos na semana passada.

Analisando a situação por região, adiantou que se observa uma incidência fortemente crescente em todas as regiões do país, com destaque para a região de Lisboa e Vale do Tejo e a Região Autónoma da Madeira.

Por grupos etários, Pedro Pinto Leite adiantou que o grupo dos 20 aos 29 anos mantém-se como o grupo etário com maior incidência, seguido dos 30 aos 39 anos e depois os grupos progressivamente mais novos.

O grupo dos 60 aos 79 anos ultrapassou a incidência de 960 casos por 100 mil habitantes.

Quanto aos internamentos, referiu que Lisboa e Vale do Tejo, a região com a primeira introdução da Ómicron no país, os números de internamentos totais aumentaram em cerca de mais de 50 por cento, embora o número de internados em Unidades de Cuidados Intensivos se mantenha estável.

Relativamente ao risco de internamento por grupo etário, mantém-se inferior nos grupos com a vacinação completa, sendo cerca de 2 a 6 vezes menor nos grupos etários acima dos 50 anos.

Segundo Pedro Pinto Leite, «há um risco de morte substancialmente inferior nos grupos e nos indivíduos com o esquema vacinal completo».

Exemplificou que no grupo etário dos 80 e mais anos por cada 100 casos que não estivessem vacinados com a vacinação completa cerca de 27 morriam. Com a dose de reforço, esse número baixa de cinco para cada 100.

Relativamente à testagem, Pedro Pinto Leite adiantou que, na última semana, correspondeu à semana com maior número de testes realizados, cerca de 1,7 milhões de testes, observando-se também um aumento na proporção de positividade, com cerca de 10 por cento, um valor superior ao valor de referência de 4 por cento para o ECDC.