A ministra de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva, avisou ontem que o número «muitíssimo elevado» de internamentos em cuidados intensivos devido à covid-19 não permite criar qualquer expectativa de um desconfinamento para breve.
No briefing após o Conselho de Ministros de ontem, Mariana Vieira da Silva foi questionada sobre a evolução dos números da pandemia em Portugal, que registou ontem 105 mortes relacionadas com a COVID-19 e 1.944 novos casos de infeção com o novo Coronavírus, segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS).
Apesar de considerar que os números de infetados mostram «o sucesso das medidas» em vigor, a governante recordou que este não é o único fator a ter em conta, uma vez que é preciso analisar a capacidade de resposta do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e o número de óbitos, variáveis que, apesar da tendência de redução, não permitem antecipar um desconfinamento para breve.
Mariana Vieira da Silva alertou para a questão da gestão de expectativas dos portugueses e referiu que, ao dia de ontem, Portugal tem 680 pessoas internadas em unidades de cuidados intensivos.
«É um número muitíssimo elevado, continua a ser, com exceção do último mês, o número mais elevado que tivemos em todo este ano e é um número que não é compatível com estarmos a criar uma expectativa de um desconfinamento para breve», avisou.
Assim, o governo mantém a linha discursiva do primeiro-ministro, António Costa, que precisamente há uma semana, também numa conferência de imprensa após o Conselho de Ministro, defendeu que este não era ainda o momento do país se concentrar no desconfinamento, mas sim continuar a cumprir as regras do confinamento.
«Há trabalho técnico a ser realizado, existirá trabalho de articulação com os outros partidos. Este é o momento de voltarmos a apelar a todas as portuguesas e portugueses que é preciso considerarmos que estamos com números muito elevados de internamento nos hospitais e nas unidades de cuidados intensivos e sendo animador o caminho que estamos a fazer é ainda muito cedo para pensar que ele está perto do fim», reiterou.