O Hospital de Portimão vai ser palco de mais uma concentração da Comissão de Utentes do SNS, devido ao encerramento da Maternidade, Bloco de Partos e Urgência Pediátrica.
A Comissão de Utentes do Serviço Nacional de Saúde (SNS) em Portimão prepara-se para realizar mais uma concentração junto ao Hospital de Portimão, esta marcada para a próxima quarta-feira, dia 7 de junho, pelas 18h00.
Uma das causas é o encerramento dos serviços de maternidade, urgência e internamento pediátrico, bem como da neonatologia e berçário desta unidade do Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA).
«Em fevereiro, nascer em Portimão tinha data marcada, agora já não se nasce nem se cuida de bebés e crianças em Portimão. Inadmissível! Vamos à luta», lê-se no comunicado de imprensa enviado pela Comissão de Utentes à redação do barlavento ao início da tarde do dia de hoje.
«Após o plano de encerramentos aos fins de semana e os arautos da delapidação do SNS afirmarem que assim os utentes saberiam com o que contar, eis que a mentira vem ao de cima e agora já com CEO, com a direção executiva do SNS a projetar obras nas maternidades que obrigam ao seu encerramento», dão nota.
Ainda segundo a mesma Comissão de Utentes, «obras já foram pretexto para medidas economicistas no SNS, precisamente numa outra fase de agudo ataque que foram as obras das Urgências do Hospital de Portimão. Urgências que nunca mais foram as mesmas e, resumidamente, quem ficou a ganhar foi o Hospital Particular de Alvor», acusam.
As obras em causa, no Hospital de Portimão coincidem, agora, com o encerramento da Pediatria por falta de médicos.
Precisamente no dia Mundial da Criança, celebrado ontem, quinta-feira, 1 de junho, uma informação de Serviço emitida pelo CHUA, indica que, «devido ao facto de não haver pediatras, a partir das 9h00 desse mesmo dia, deixou de ser dado apoio ao Bloco de Partos/ Serviço de Urgência/ Internamento Pediátrico e Berçário no Hospital de Portimão, sendo que bebés e crianças foram transferidos para o Hospital de Faro», lê-se ainda no mesmo comunicado.
Para a Comissão, «independente do governo em funções, o objetivo de transformar um direito constitucional num negócio permanece. Continua o ataque ao Hospital de Portimão, um hospital integrado no SNS».
«Não podemos continuar a assistir sem lutar», referem.
Recorde-se que o Partido Social Democrata (PSD) do Algarve também já veio comentar publicamente «esta gravíssima decisão», apelando ao ministro da Saúde, Manuel Pizarro e ao CEO do SNS «que travem esta decisão profundamente lesiva da oferta assistencial da região».