Ainda com a chuva a cair com intensidade, os comerciantes da Rua de São Luís, uma das artérias de Faro que mais sofre com as intempéries, faziam contas aos estragos.
O cenário, contudo, naquela artéria, não é novo. Ao barlavento, Nuno Amado, disse que «todos os anos temos largos prejuízos, de centenas de milhares de euros, mas este ano ultrapassou tudo o que é normal», sobre o temporal que fustigou Faro esta manhã.
A razão para o problema crónico, justifica, «é que esta via recebe água de mais três ou quatro ruas e não há escoamento suficiente», cuja drenagem funciona por via gravítica. Desta vez, a chuva foi tanta que o sistema pluvial teve dificuldades em escoar a água, um pouco por toda a cidade.
«É um problema que todos os presidentes de Câmara têm conhecimento, todas as pessoas sabem o que se passa aqui e não entendo porque não existe uma solução». Amado apontava para a clínica dentária digital, um investimento recente, na porta ao lado da sua loja, onde a água fez elevados prejuízos.
«É um problema com mais de 25 anos e por vezes vimos este cenário várias vezes ao ano. Não entendemos o porquê de autarquia não resolver isto. Ninguém faz nada. Nós lojistas estamos fartos. Costumo dizer, e não me vai levar a mal, que somo o penico da cidade», lamentou. Foi uma intervenção de fundo, há cerca de uma década, «mas errada, porque está a escoar a água para o mar. Se num dia como hoje a maré estivesse cheia, isto teria sido muito pior», afirmou.
«Quando acontecem estas situações, a água tem de ser desviada, não pode ficar concentrada num único ponto», concluiu.
Pelas 11h00, haviam já sido registadas 59 ocorrências em Faro causadas pelo mau tempo. Além do Houve ainda a registar o desabamento da fachada de um edifício devoluto no centro histórico (Viladentro) e a queda de um raio num hotel em Montenegro, que provocou um incêndio.
