Cidade romana de Balsa investigada com tecnologias de última geração

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Prospeções geofísicas com georadar nos terrenos onde, há 2 mil anos, se edificou a cidade romana de Balsa, terminaram na sexta-feira, dia 11 de setembro.

Terminaram na última sexta-feira, dia 11, as prospeções geofísicas com georadar nos terrenos onde, há 2 mil anos, se edificou a cidade romana de Balsa.

Numa parceria realizada entre a unidade de geodeteção da Universidade de Cádis e a Universidade do Algarve, durante uma semana, foram rastreados vários hectares de terreno com um radar de penetração no solo 3D multifrequência de última geração (georadar 3D).

Este equipamento de ponta permitirá ter imagens a três dimensões do subsolo, detetando estruturas e outras construções romanas enterradas, a sua configuração e a profundidade a que se encontram.

Devido à pandemia da COVID-19, as escavações arqueológicas previstas para este verão foram canceladas, mas o projeto em curso sobre Balsa continuou com trabalhos de deteção remota do que resta da antiga cidade de Balsa.

Pela primeira vez foram feitas investigações em alguns terrenos da antiga Quinta das Antas onde os arqueólogos suspeitam poder situar-se um grande edifício de espetáculos referido em duas inscrições dali oriundas e que referem a existência de um Circus.

Realizaram-se, também pela primeira vez, pesquisas arqueológicas na colina em torno das casas da quinta da Torre d’Aires, núcleo central do burgo romano.

A realização desta investigação de campo, que consistiu em «radiografar» o subsolo, passando pela superfície o aparelho de georadar com 2,7 metros de largura, atrelado a uma viatura 4×4, só foi possível devido à boa vontade de alguns proprietários de terrenos situados na quinta de Tore d’Aires e a Nascente desta quinta, que se aliaram ao projeto, permitindo efetuar este tipo de trabalhos arqueológicos não invasivos nas suas propriedades.

Os resultados do levantamento de campo levado a cabo por uma equipa de cinco investigadores da Universidade de Cádis, liderados pelo catedrático Lázaro Lagóstena Barrios, acompanhados pelo coordenador do projeto João Pedro Bernardes, da Universidade do Algarve, e pelo arqueólogo do município de Tavira, Celso Candeias, serão conhecidos em novembro, após um complexo processo de filtragem e de análise dos dados por software sofisticado.

Os resultados deste trabalho trarão um avanço significativo no conhecimento do que ainda subsiste da cidade, na forma como se organizava o seu urbanismo e o tipo de edifícios que ali existiram.

A pesquisa por georadar 3D vem na sequência das escavações arqueológicas efetuadas no ano passado e integram-se no projeto financiado pelo Programa Operacional do Algarve CRESC 2020, «Balsa, searching the origins of Algarve», liderado pela Universidade do Algarve e o Centro de Ciência Viva de Tavira, a que se associam a Direção Regional de Cultura do Algarve e a Câmara Municipal de Tavira.