D. Manuel Neto Quintas, Bispo do Algarve, emitiu hoje uma nota episcopal sobre os comportamentos a seguir nas diversas paróquias algarvias, em relação à prevenção da propagação do Coronavírus.
Tendo como base as orientações nacionais das autoridades de saúde e as anteriormente definidas pela Conferência Episcopal Portuguesa, o texto dá indicações precisas, de algumas das decisões que devem ser tomadas, nomeadamente o adiamento e cancelamento de «tudo o que implique a participação de mais de 5.000 pessoas em espaços abertos, 1000 pessoas em espaços fechados, 150 pessoas nas zonas (clusters) classificadas como de transmissão secundária».
D. Manuel Neto Quintas indica, ainda, que devem ser suspensas as «atividades ligadas ao Corpo Nacional de Escutas (CNE), em todos os Agrupamentos, por decisão de âmbito nacional» e «as atividades ligadas à Catequese, em todas as idades, enquanto e onde se mantiverem as Escolas encerradas, ou sempre que, em consenso dentro da Vigararia e em articulação com as famílias e as Autoridades de Saúde locais, entenderem ser mais seguro e conveniente para a preservação da segurança e saúde de todos».
Sem efeito ficam, ainda, a Jornada Diocesana do Serviço Pastoral à Pessoa com Deficiência (prevista para esta altura do ano) e a Jornada Diocesana da Juventude que iria decorrer em Monchique entre 27 e 29 de março e que foi adiada para os dias 2, 3 e 4 de outubro.
O Bispo do Algarve reforça no seu texto a necessidade de «promover, junto das famílias e voluntários, as orientações relativas aos Lares e Centros de Dia, das
Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSSs) diocesanas, bem como da visita a Hospitais e Estabelecimentos Prisionais».
No que diz respeito às Celebrações Penitenciais e considerando que neste tempo de Quaresma habitualmente se realizam diversas celebrações comunitárias (algumas dirigidas particularmente a crianças e adolescentes) e considerando que «a confissão individual em ambiente de celebrações penitenciais com a presença de um número significativo de penitentes e de sacerdotes, pode proporcionar, pela proximidade e pelo sigilo exigidos, a não observância de quanto é recomendado no sentido da contenção e do combate à propagação deste vírus», o prelado algarvio indica «como possível a aplicação de quanto prescreve o Ritual da Celebração da Penitência, sobre a disciplina da absolvição geral (cf Preliminares, nn. 31-35), atendendo às condições e aos critérios aí apresentados, nomeadamente a necessidade da sua autorização, caso a caso, pelo Bispo diocesano», ou seja, somente caso a caso e sempre mediante autorização do bispo, poderá ser decidido recorrer à absolvição geral. Todavia, os sacerdotes deverão estar disponíveis «em todas as horas e em todas as circunstâncias, particularmente junto dos mais vulneráveis e que os solicitam para a celebração deste sacramento» e que «os párocos que estendam, inclusive no tempo pascal» realizar a «a celebração individual do sacramento da penitência» o deverão fazer dando conhecimento disso às suas comunidades.
O Bispo algarvio aconselha, também, cada pároco a ajuizar, após ouvir os agentes de pastoral das suas comunidades, todas as decisões a tomar, «atendendo às circunstâncias reais de cada paróquia».
A Diocese do Algarve e o seu Bispo continuarão a acompanhar o evoluir desta situação e o prelado informa, igualmente, que reserva «para mais tarde alguma indicação que se considere oportuna e necessária, relativamente às celebrações da Semana Santa».
D. Manuel Neto Quintas termina a sua nota episcopal manifestando que a Igreja algarvia continua unida «na invocação de Deus, Pai Benevolente de toda a Humanidade, pedindo-lhe o dom da serenidade e a capacidade de agir sempre no sentido de melhor defender e preservar a vida de todos, com o compromisso em evitar de todas as formas, de modo responsável e participativo, a contenção e propagação desta pandemia».
Orientações ao Párocos e comunidades Paroquiais – Medidas a tomar no combate ao Coronavírus
No seguimento das indicações anteriores, relativas à prevenção e ao combate da propagação do COVID-19, após o anúncio recente da Organização Mundial de Saúde (OMS) que declara o surto do Coronavírus como pandemia e tendo presentes as determinações divulgadas pela autoridade nacional competente nesta matéria, exortamos todos os párocos, bem com os leigos que os assistem no que diz respeito à vida pastoral e às celebrações nas paróquias que lhe estão confiadas, particularmente neste tempo de Quaresma, a atender às seguintes orientações:
- Continuar a observar as orientações da Conferência Episcopal, já divulgadas;
- Adiar ou cancelar tudo o que implique a participação de mais de 5.000 pessoas em espaços abertos, 1.000 pessoas em espaços fechados, 150 pessoas nas zonas (clusters) classificadas como de transmissão secundária;
- Suspender as atividades ligadas ao CNE, em todos os Agrupamentos, por decisão de âmbito nacional;
- Seguir e promover, junto das famílias e voluntários, as orientações relativas aos Lares e Centros de Dia, das IPSS diocesanas, bem como da visita a Hospitais e Estabelecimentos Prisionais;
- Suspender as atividades ligadas à Catequese, em todas as idades, enquanto e onde se mantiverem as Escolas encerradas, ou sempre que, em consenso dentro da Vigararia e em articulação com as famílias e as Autoridades de Saúde locais, entenderem ser mais seguro e conveniente para a preservação da segurança e saúde de todos;
- Suspender a Jornada Diocesana do Serviço Pastoral à Pessoa com Deficiência;
- Adiar a realização da Jornada Diocesana da Juventude, para os dias 2, 3 e 4 de outubro;
- No que diz respeito às Celebrações Penitenciais, tendo presente tudo quanto foi referido, acrescentamos:
- Sabemos que esta é uma prática habitual entre nós, particularmente em tempo quaresmal, com reconhecida participação do Povo de Deus, com celebrações diferenciadas para adolescentes, jovens e adultos, que incluem a confissão e a absolvição individual, em vista da celebração da Páscoa;
- Reconhecemos como o acesso à celebração deste sacramento deve ser facilitado em todas as circunstâncias, particularmente, neste tempo litúrgico e em tempos de alguma turbulência exterior e interior, como o que estamos a viver;
- É inquestionável a exigência duma disponibilidade plena aos sacerdotes, no exercício do ministério da reconciliação, em todas as horas e em todas as circunstâncias, particularmente junto dos mais vulneráveis e que os solicitam para a celebração deste sacramento;
- Reconhecemos, igualmente, como a confissão individual em ambiente de celebrações penitenciais com a presença de um número significativo de penitentes e de sacerdotes, pode proporcionar, pela proximidade e pelo sigilo exigidos, a não observância de quanto é recomendado no sentido da contenção e do combate à propagação deste vírus;
- Indicamos, assim, como possível a aplicação de quanto prescreve o Ritual da Celebração da Penitência, sobre a disciplina da absolvição geral (cf Preliminares, nn. 31-35), atendendo às condições e aos critérios aí apresentados, nomeadamente a necessidade da sua autorização, caso a caso, pelo Bispo diocesano;
- Nestas circunstâncias, recomenda-se a todos os párocos que estendam, inclusive ao tempo pascal, a sua disponibilidade, com o devido conhecimento das comunidades que lhe estão confiadas, para a celebração individual do sacramento da penitência.
Cada pároco, ouvidos os agentes de pastoral, saberá ajuizar oportuna e prudentemente sobre a melhor opção a tomar, atendendo às circunstâncias reais de cada paróquia.
Continuamos a acompanhar o evoluir desta situação, reservando para mais tarde alguma indicação que se considere oportuna e necessária, relativa às celebrações da Semana Santa.
Continuamos unidos na invocação de Deus, Pai Benevolente de toda a Humanidade, pedindo-lhe o dom da serenidade e a capacidade de agir sempre no sentido de melhor defender e preservar a vida de todos, com o compromisso em evitar de todas as formas, de modo responsável e participativo, a contenção e propagação desta pandemia.