O artista plástico silvense Jorge Santos vai ser homenageado em exposição, patente de 3 a 27 de setembro, na Biblioteca Municipal de Silves.
A Biblioteca Municipal de Silves prepara-se para inaugurar a exposição de homenagem «Jorge Santos, Arvoredos e Canaviais I», sob curadoria de João Silvério, no próximo domingo, dia 3 de setembro, ficando patente até ao dia 27.
Jorge Santos nasceu em Silves, em 1974, e foi um dos artistas mais importantes oriundos do Algarve, sendo que esta exposição se apresenta como uma homenagem à obra do artista e à sua memória, no lugar onde nasceu.
A sua produção artística, realizada em quase um quarto de século, é muito vasta, onde se incluem desenhos, pinturas, serigrafias, fotografias, vídeos, esculturas, azulejaria e um número bastante apreciável de livros de artista, mas também cadernos anotados onde se encontram estudos para diversos projetos em cada uma destas áreas da criação.
A exposição, a primeira de um ciclo dedicado à sua obra, apresenta uma seleção de obras muito representativas do seu percurso artístico.
Reconhecido pela comunidade cultural nacional e internacional, Jorge Santos recebeu bolsas de desenvolvimento artístico da Fundação Calouste Gulbenkian para a Casa Velasquez, em Madrid e Spike Island, em Bristol.
Apresentou trabalhos em vários países como o Reino Unido, França, Espanha, Portugal e Brasil. Está representado em várias coleções públicas e privadas, nomeadamente no MAAT, Fundação Carmona e Costa, PLMJ Fundação, Coleção Novo Banco, Foundation Centenera Jaraba em Espanha, Haim Chanin Collection em França, The Beverly Hilton Hollywood, EUA, na Biblioteca Apostólica Vaticana e na Biblioteca de Arte da Fundação Calouste Gulbenkian.
Jorge Santos faleceu no mês de março de 2022, com 48 anos de idade, tendo o município emitido uma nota de pesar, tal como o barlavento noticiou.
A ex-ministra da Cultura, Graça Fonseca, também se manifestou publicamente, tendo caracterizado a sua obra como uma das mais importantes no panorama cultural nacional.
«Jorge Santos foi um dos mais talentosos artistas da sua geração, com uma abordagem multidisciplinar, logo evidente nas suas primeiras mostras individuais em 2001. Desenvolveu uma obra profundamente atenta ao valor da luz dos objetos e, sobretudo, da expressão da natureza e da sua permanente transformação e mudança, na relação com a luz e a sombra. Em todas as dimensões de reconhecimento sobre as identidades do dia e da noite, a sua obra definiu uma visualidade de expressão cósmica, com recurso a fortes contrastes cromáticos, reequilibrando uma poética do desenho transformado em pintura e está no rigor da sua margem gráfica», declarou a ex-ministra numa nota de pesar.
A exposição, dinamizada pela Câmara Municipal de Silves em colaboração com a família do artista, procura ser um momento para partilhar a sua memória, e o legado de uma obra muito singular, contemporânea, e estreitamente ligada à expressão humana de uma poética e de um imaginário que nos é próximo.
Pormenores podem ser consultados na página oficial do artista, disponível aqui.