Associações empresariais do Algarve juntam forças

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Coletivos apelam à mobilização de todos os empresários na defesa da economia, das empresas, e do emprego.

A crise que desde março se abateu sobre Portugal em consequência da pandemia da COVID-19 provocou a paralisação de milhares de empresas em todo o país e gerou a incerteza total na evolução da economia. Porém, o Algarve é a região mais afetada, o que levou seis associações diferentes a juntar esforços.

Em manifesto conjunto, enviado às redações no dia 8 de julho, a Associação do comércio e Serviços da Região do Algarve (ACRAL), Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA), Associação dos Industriais Hoteleiros e Similares do Algarve (AHISA), Confederação dos Empresários do Algarve (CEAL), Associação Empresarial da Região do Algarve (NERA) e ANJE – Associação Nacional de Jovens Empresários propõem-se cooperar com outras entidades da região convergentes nos mesmos objetivos – nomeadamente instituições e órgãos públicos regionais, municípios e Universidade do Algarve (UAlg).

Em conjunto vão também solicitar audiências para apresentar ao governo, em particular ao ministro da Economia e ao Presidente da República, linhas de trabalho e um pacote de propostas com medidas concretas.

Em comunicado, as associações reconhecem que a consequência imediata na região da pandemia «foi a paralisia da atividade do principal sector económico, o Turismo, com o quase total encerramento das unidades de alojamento, em consequência da paragem brusca das viagens turísticas».

Assim, a «quebra abrupta do fluxo de turistas para além dos efeitos no alojamento, teve consequências em todos os sectores da atividade económica da região que respondem às necessidades da procura dos turistas: desde logo na restauração, mas também no comércio, atividades culturais e de lazer, serviços, transportes, equipamentos, entre outras».

«O universo empresarial do Algarve regista 70 mil empresas em todos os sectores de atividade, das quais 20 mil são sociedades (segundo dados do INE). Esta situação gerou quebras de atividade das empresas dos diferentes sectores da ordem dos 70, 80, 90 por cento! Gerou desemprego e travou a contratação de trabalhadores para o verão. Congelou o investimento».

Entretanto, «a situação voltou a agravar-se, de forma dramática, em consequência da obrigatoriedade de quarentena imposta pelo Reino Unido, relativamente aos turistas provenientes de Portugal, sendo que a mesma situação está a ser ampliada a outros países».

As seis associações entendem que se trata «de um golpe profundo, nas expectativas dos empresários e da economia da região, cuja consequência pode originar milhares de insolvências».

A quebra destes mercados turísticos, «em especial o britânico, defrauda não só as expetativas de atenuação dos prejuízos das empresas, acumulados desde março, como a esperança de enfrentar a época baixa em melhores condições».

As associações empresariais do Algarve subscritoras, apelam ao governo «que intensifique a sua ação política, no sentido de alterar rapidamente as decisões daqueles países, de impor quarentena aos turistas provenientes de Portugal e em particular do Algarve. O Plano Especial de Recuperação do Algarve, anunciado pelo Ministro da Economia, constitui uma boa notícia, contudo é urgente».

As associações empresariais esperam que o mesmo contenha as soluções adequadas à situação».

O Algarve, «pelas características da sua economia e da especificidade e da sua estrutura (peso significativo do turismo, existência de outros sectores indispensáveis, estrutura empresarial dominante de PME, tipologia de emprego, alta sazonalidade), necessita de uma estrutura económica equilibrada e consistente. A região necessita de uma visão estratégica que, tendo o turismo como principal atividade, aponte linhas de diversificação económica, no aproveitamento de recursos endógenos, numa perspetiva de uma economia moderna e competitiva, assente num desenvolvimento sustentável, tendo também em conta o novo quadro de recuperação económica, proposto recentemente pela União Europeia.