Apenas 10 por cento das empresas consideram que vão conseguir até final de 2021 atingir um nível económico semelhante ao anterior à pandemia de COVID-19.
Este é um dos resultados do 14.º inquérito realizado no âmbito do projeto «Sinais Vitais», desenvolvido pela Confederação Empresarial de Portugal (CIP), em parceria com o Marketing FutureCast Lab do ISCTE, que conta com uma amostra de 618 empresas, das quais 4 por cento grandes empresas.
De acordo com o documento hoje divulgado, «apenas 10 por cento» dos gestores e empresários consideram que, no seu sector, a recuperação se dará até final de 2021, verificando-se a mesma percentagem (10 por cento) para os que acreditam que ocorrerá depois de 2023.
Por sua vez, 19 por cento responderam que a recuperação chegará ao longo de 2023, enquanto 17 por cento acreditam que será no segundo semestre de 2022 e 15 por cento no primeiro semestre de 2022.
O estudo mostra ainda que 30 por cento dos empresários e gestores escolheram a opção «não sei/não respondo» para esta questão sobre quando ocorrerá a recuperação sectorial.
«Sectorialmente a dispersão de respostas é uma evidência», pode ler-se no documento.
Em termos de regiões as perspetivas são ligeiramente melhores, já que 16 por cento consideram uma recuperação até ao final do ano mas, por outro lado, 9 por cento referem que só depois de 2023 se terá um nível económico semelhante ao anterior à pandemia.
O vice-presidente da CIP, Óscar Gaspar, sublinhou que os resultados do inquérito mostram que «desconfinar não é recuperar», defendendo que crise é «intensa e duradoura» e que a recuperação económica está ainda «muito longe» de se alcançar, sendo necessários os apoios à economia.
Porém, a opinião dos empresários e gestores face aos apoios manteve-se em abril, com 84 por cento das empresas a considerarem que estão «aquém ou muito aquém» do que necessitam.
A maioria (59 por cento) das empresas considera ainda adequado o plano de desconfinamento, mas há 20 por cento que o consideram demasiado lento e restritivo e 21 por cento demasiado rápido ou imprudente.
Segundo os resultados do inquérito, as expectativas de vendas das empresas para o 2.º trimestre de 2021 «é negativa face ao mesmo período de 2019», com 42 por cento a esperarem uma diminuição, contra 22 por cento das empresas a preverem um crescimento.
Quanto à evolução de recursos humanos, em média 75 por cento das empresas esperam manter o número de postos de trabalho até julho de 2021, enquanto 13 por cento preveem um aumento e 12 por cento uma diminuição.
Em termos de investimento, 31 por cento das empresas anteveem uma diminuição em 2021 face a 2019, ainda assim uma melhoria face aos 46 por cento registados anteriormente.
Por outro lado, quase metade (49 por cento) das empresas estima manter os níveis de investimento e 20 por cento aumentar.