Agência Portuguesa do Ambiente (APA) vai intervir numa falha no bloco rochoso contíguo ao Baluarte poente da Fortaleza de Sagres, em Vila do Bispo.
A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) vai realizar uma operação para consolidar uma falha num bloco rochoso de uma arriba contígua ao baluarte poente da Fortaleza de Sagres, o monumento mais visitado do Algarve. A intervenção, anunciada na terça-feira, 24 de novembro, está orçada em 137860,34 euros.
A obra integra-se no conjunto de intervenções constantes do Plano de Ação do Litoral XXI, elaborado pela APA e nas intervenções previstas para a Ponta de Sagres pelo Plano de Ordenamento da Orla Costeira Sines – Burgau.
Segundo avançou aquela entidade, «o agravamento da situação, identificado pela Direção Regional de Cultura do Algarve, e o facto de se tratar de monumento com elevada visitação, tornou premente a intervenção. Tendo por base o cenário geológico do local da obra, a extensão e volume estimado do bloco, a localização e estimada profundidade da falha, tal como as características estruturais do baluarte da Fortaleza de Sagres, será executada uma solução de estabilização da arriba através da execução de sete alinhamentos de tirantes».
Os consequentes movimentos relativos entre o bloco rochoso e a arriba «provocaram fissuras na zona do baluarte poente. O projeto contempla a execução de pregagens, de modo a prevenir o surgimento de novas fissuras no baluarte».
A empreitada tem uma duração prevista de três meses e será executada pela empresa Geocontrole, Geotecnia e Estruturas de Fundação.
Neste momento, encontram-se em curso as operações de furação da arriba, para de seguida proceder-se à colocação dos tirantes e sua selagem, que irão amarrar o bloco em risco à arriba estável.
Esta ação tem enquadramento na candidatura da APA ao Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no uso de Recursos (POSEUR ), no seu Eixo Prioritário 2, com o objetivo de promover a adaptação às alterações climáticas e a prevenção e gestão de riscos, no qual se inclui a Prioridade de Investimento -«Promoção de investimentos para abordar riscos específicos, assegurar a capacidade de resistência às catástrofes e desenvolver sistemas de gestão de catástrofes».
No âmbito desta prioridade destaca-se o objetivo específico de proteção do litoral e das suas populações face a riscos, especialmente de erosão costeira.
Do orçamento total, a componente comunitária é de 103395,26 euros e a componente nacional é de 34465,08 euros.
O promontório de Sagres, segundo a APA,«corresponde a um pontal recortado em rochas muito resistentes (dolomitos do Jurássico), com arribas subverticais mergulhantes e várias formas típicas do modelado cársico. Em conjunto com o Cabo de São Vicente e o pontal da Atalaia, insere se na zona de arribas mais resistentes do litoral sul do Algarve».
No entanto, na zona «verifica-se a existência de consolas, algares e outras cavidades. No exterior da Fortaleza de Sagres foi observada uma descontinuidade, com uma orientação aproximada norte – sul, cujo desenvolvimento parece estar relacionado com uma fenda no Baluarte».