Na conferência regional, a situação epidemiológica do Algarve foi descrita como «controlada». Em 24 horas, 10 novas pessoas acusaram testes positivos, sendo que o número de recuperados também aumentou, com três novos registos.
«Os números que temos são extraordinários. Nos últimos tempos triplicámos a população no Algarve e podemos darmo-nos como satisfeitos daquilo que é a evolução epidemiológica até à data, na região». Foi com estas palavras que António Miguel Pina, presidente da Comissão Distrital de Proteção Civil, abriu a conferência de imprensa regional para ponto de situação sobre a pandemia da COVID-19, na manhã de sexta-feira, dia 28 de agosto.
Ana Cristina Guerreiro, delegada de saúde regional, concretizou: «neste momento temos 264 casos ativos, oito doentes internados e nenhum em Unidade de Cuidados Intensivos. De 1054 casos confirmados, 790 recuperaram. Mantemos o número de óbitos em 19».
Quanto aos utentes em vigilância ativa, o valor é agora de 458, quando já esteve próximo dos 100. No entanto, «é natural nas últimas semanas ter subido, uma vez que o número de casos diários também tem sido um pouco superior àquilo que eram há 15 dias ou há um mês atrás», esclareceu a delegada.

Em relação ao número de surtos, «não há nenhum de grandes dimensões ativo, variam entre os 13 e os 15, que são «de transmissão familiar e/ou laboral». Já o número de casos importados, pessoas que contraíram a doença no estrangeiro e só quando chegaram ao Algarve testaram positivo, está agora nos 45. De acordo com a responsável de saúde, tratam-se de utentes «de nacionalidades dispersas e também portugueses, que correspondem a 17 por cento do total de casos ativos», referiu Ana Cristina Guerreiro.
Em relação a esse número, o presidente foi claro: «não tem significado nenhum. Já vieram cinco milhões de pessoas e temos 45 casos importados, neste momento. Os números são positivos e poucos iam acreditar que quando abríssemos as portas íamos manter números praticamente iguais aos que tínhamos. Estes valores revelam que os profissionais de saúde, as autarquias, a Proteção Civil e os empresários prepararam um destino seguro, onde as pessoas são bem-vindas».
Ainda segundo a opinião da delegada de saúde, «a situação epidemiológica no Algarve tem-se conseguido manter estabilizada, mesmo com o número de visitantes e de pessoas atualmente na região, a rondar o milhão e meio».
Para Josélia Gonçalves, vogal do conselho diretivo da Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve, é um cenário «que nos dá confiança. No que respeita à ARS continuamos a reforçar a nossa capacidade de resposta e hoje mesmo serão celebrados mais 17 contratos de trabalho para a saúde pública, mas também para reforçar os cuidados de saúde primários».
Por outro lado, José Apolinário, secretário de Estado e coordenador no Algarve da execução da declaração de estado de alerta, destacou «o grande empenho e trabalho dos empresários, em particular os concessionários de todas as estruturas ligadas às praias. No início do verão existia uma grande dúvida sobre como iria correr, mas agora podemos dizer que houve um enorme envolvimento e uma articulação entre todos. Isso é bom para a região e só reforça que é segura, aberta ao mundo e a todos os que nos quiserem visitar. Estamos empenhados para que seja um verão prolongado até setembro e outubro, com grandes eventos».
Questionado também sobre a falta de recursos do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), que causou a aglomeração de diversos passageiros no Aeroporto de Faro, José Apolinário esclareceu: «tive conhecimento dessa situação e contactei o responsável do SEF e o diretor do Aeroporto de Faro e vai haver um reforço de meios humanos imediatos no SEF. Foi uma situação pontual e nos próximos dois ou três dias ficará resolvida. É para isso que estamos a trabalhar».