André Gomes candidata-se à presidência da Região de Turismo do Algarve (RTA) com a promessa de luta pela autonomia financeira.
André Gomes, atual diretor do Núcleo de Promoção, Animação e Informação Turística da Região de Turismo do Algarve (RTA), apresentou a candidatura à presidência desta entidade cinquentenária, conforme já tinha anunciado ao barlavento, na segunda-feira, dia 15 de maio.
A viabilidade financeira, com negociações com o governo central para desbloqueio de verbas para a mais importante região de turismo do país, é um dos pontos centrais do mandato de cinco anos a que se propõe.
Membro da equipa de João Fernandes, presidente em final de mandato, este quadro com cerca de 15 anos dedicado ao turismo no Algarve promete manter o rumo seguido pela atual direção, defender a valorização do sector na região, do mar à serra, e reforçar a frente negocial junto do governo para que terminem as cativações e haja reforço da dotação financeira para a RTA em linha com a inflação.
«Razões de coração para esta decisão tenho-as de sobra. O Algarve é o meu território afetivo, a minha casa, a minha terra, onde cresci, estudei, casei, tive filhos e a quem já dediquei 20 anos de trabalho, 15 deles na área do turismo», afirmou André Gomes no seu discurso, proferido ao lado do seu mandatário, o conceituado empresário Renato Pereira.
O presidente do Júpiter Hotel Group deixou elogios ao candidato, que conhece «desde pequeno» e que considera a pessoa indicada para assumir a presidência nos próximos cinco anos.
Na equipa com que se propõe liderar os destinos da RTA a partir das eleições marcadas para o próximo mês de junho, André Gomes conta com quadros com provas dadas nesta entidade e também com uma novidade relevante para o sector na região.
Para a Mesa da Assembleia Geral, Hélder Martins (presidente da AHETA) recandidata-se a novo mandato de presidente e Isolete Correia (em representação da Associação Portuguesa de Portos de Recreio) propõe-se prosseguir o trabalho feito enquanto Secretária da Mesa da Assembleia Geral ao longo do mandato iniciado em 2018.
Para a Comissão Executiva, apresentam-se Fátima Catarina, atual vice-presidente da RTA e candidata a novo mandato, e ainda um outro quadro de peso na região, Alberto Mota Borges, Diretor do Aeroporto Internacional de Faro, Aeroporto Gago Coutinho.
Por diversas vezes premiado enquanto melhor destino de praia da Europa, o Algarve encerra uma multitude de valores culturais, patrimoniais, naturais e de sustentabilidade, valências que André Gomes promete enriquecer ainda mais.

O candidato apresentou os seus compromissos para assegurar um Algarve que seja, ao longo de todo o ano, «não apenas o principal destino turístico português, mas o melhor, o mais diversificado, o mais sustentável, o mais inovador, o mais capacitado, sem nunca perder o encanto do Algarve que preenche as memórias de infância, da juventude e da idade adulta de centenas de milhares de portugueses e de todos aqueles de tantas nacionalidades que escolhem a nossa região».
«Energia redobrada» para reforçar verbas da RTA
Conhecedor do ecossistema do Turismo do Algarve, e da RTA em particular, André Gomes salienta o desequilíbrio entre a situação do Algarve enquanto região que mais contribui para a economia do turismo a nível nacional, e o quadro financeiro da RTA, a entidade que menos recebe para a sua atividade.
«A RTA está subfinanciada e esta é a realidade que enfrentamos todos os dias, em cada ação que queremos operacionalizar, em cada atividade que queremos iniciar, em cada projeto que queremos lançar», assegura o candidato a presidente da Entidade de Turismo da região mais a sul em Portugal continental.
A agravar a dotação orçamental claramente inferior ao devido, somam-se as cativações impostas pelo governo sob o orçamento das entidades, e que no caso da RTA significam 600 mil euros, 15 por cento dos exíguos 4,1 milhões de euros destinados à região.
André Gomes entende que esta dotação de 4,1 milhões de euros está ela própria refém do conservadorismo financeiro do governo central.
O valor que a RTA deveria receber ascende aos 5,5 milhões de euros, montante considerado a partir da aplicação do Índice de Preços ao Consumidor, defende.
«Esta é uma luta antiga da RTA, que anteriores presidentes travaram, sem o sucesso desejado, mas a que me proponho juntar com energia redobrada», promete.
«Há muito que a RTA provou, à semelhança de outras regiões do turismo, que tem condições para uma maior autonomia administrativa e financeira», nota. Numa linha de continuidade com o atual Presidente, André Gomes propõe-se assegurar a diversificação e valorização da oferta e do produto turístico da região, para o qual conta com o apoio da CCDR Algarve e do Programa Regional Algarve 2030.
À beleza das praias algarvias, à riqueza do barrocal e da serra e aos altos padrões de qualidade dos nossos campos de golfe, juntam-se equipamentos e serviços específicos em quantidade e qualidade para a realização de eventos e reuniões, uma biodiversidade vasta, com uma Reserva Natural, dois parques naturais, rede Natura 2000, paisagens protegidas e monumentos naturais, património etnográfico e industrial rico e diversificado, acentua o candidato.
«A região deve continuar a desenvolver motivações de visita nos segmentos náutico, natureza, cultura e desporto, gastronomia e enoturismo, animação e saúde e bem- estar, com experiências que permitam aos visitantes vivenciar a cultura, a história e o modo de vida local de forma autêntica e imersiva», defende.
Para a diversificação de produtos, André Gomes entende exigir-se a «promoção e utilização de tecnologias avançadas e inovadoras, que melhorem a experiência dos turistas, estimulem a competitividade das empresas e aumentem a adoção de novas tecnologias no sector».